O Abraço da Serpente, que concorre ao Oscar, entra em cartaz em Rio Branco

O premiado filme colombiano Abraço da Serpente e que estreia este mês em circuito nacional também estará na telona em Rio Branco (AC) entre os dias 25 de fevereiro e 9 de março em sessões exclusivas no Cine Teatro Recreio, localizado na rua Eduardo Asmar, segundo distrito da Capital, em frente ao Calçadão da Gameleira.

O longa Abraço da Serpente é apenas o primeiro trazido ao Acre, entre os atuais filmes do cinema mundial. A iniciativa tem apoio institucional do Governo do Estado do Acre.

Filmar na floresta amazônica é muitas vezes sinônimo de grande dificuldade, o que foi o caso em O Abraço da Serpente. O diretor Ciro Guerra admite que ele quase desistiu das filmagens de tantos problemas que teve que enfrentar. “Assim que terminamos a primeira semana de filmagens, fiquei extremamente preocupado coma quantidade de problemas que tivemos que enfrentar. Tínhamos sido muito ambiciosos”, conta.

O filme nasceu da curiosidade de Ciro Guerra pela Amazônia colombiana, um vasto e misterioso lugar que representa metade da superfície do país. Apesar de ser colombiano, o cineasta não conhecia este lugar selvagem como muitos de seus compatriotas.

“No geral, a Colômbia não se interessa por esse saber, nem por essa forma de conhecer o mundo. É uma parte do nosso país que é subestimado, mas que, pelo que eu pude conhecer, me parece fundamental. Eu tive a ideia de contar uma história através do prisma desse encontro, mas a partir de uma perspectiva em que o personagem principal não é um homem branco, como de costume, mas um indígena, um aborígene”, destaca.

Independente de ganhar o Oscar ou não, na cerimônia do dia 29, O Abraço da Serpente já é um filme vitorioso. Afinal, esta é a primeira vez que a Colômbia é representada na maior festa do cinema mundial. E o que este quarto longa do talentoso diretor Ciro Guerra coloca em questão, por si só, é um recado – tanto para os Estados Unidos quanto para os países europeus – da sanha capitalista com que eles trataram a selva amazônica e sua população indígena.