Uma entrevista lúcida
O senador Jorge Viana (PT) dá umas entrevistas lúcidas, porque situa o seu partido no momento atual, e não como alguns que ainda acham que o PT continua sendo na política a última bolacha do pacote. Foi pragmático sobre o motivo que levou a presidente Dilma ao olho do furacão: “não conseguimos montar uma base de apoio na Câmara Federal e a aliança com o PMDB não se materializou”. Fugiu da tolice de colocar a culpa da crise política no presidente Eduardo Cunha (PMDB), como se sua saída significasse o fim do problema. E foi também muito prático ao comentar os problemas com o vice-presidente Michel Temmer (PMDB): “se houver rompimento com o Temmer, não se terá nem a parte do partido (PMDB) que se tem hoje”. Concordo com o Jorge: o PT não pode transferir a autoria de uma crise política que ele gestou.
Cara da oposição
Apenas o deputado federal Werles Rocha (PSDB) e o ex-deputado federal Márcio Bittar (PSDB) foram os únicos políticos de peso da oposição na manifestação “Fora, Dilma”, no domingo. Isso é cara da nossa oposição, mesmo quando se trata de um motivo relevante, não se une nunca.
Pelada de cerca
A oposição lembra os times de pelada de cerca, que só se juntam na hora do jogo. É incapaz de buscar um norte comum. Fica Tião Bocalon (DEM) para um lado, Flaviano Melo (PMDB) para outro, Sérgio Petecão (PSD) longe, Gladson Cameli (PP) não dá as caras, o que explica bem o fracasso da manifestação contra Dilma, domingo último. Na eleição municipal aparecem.
Daniel Nogueira
Já teve uma votação expressiva no município para deputado estadual e será um candidato forte para prefeito de Porto Acre, o que é reconhecido até pelos seus adversários. Daniel é um político muito bem relacionado na área rural do município, o que já é uma vantagem.
O que leva alguém a ser candidato
Porto Acre é o mais complicado município do Acre para se administrar, porque não existe apenas uma sede central, mas cinco distritos um distante do outro. Não sei por qual motivo alguém ainda quer ser prefeito daquele município num conjuntura de crise.
O que a coluna antecipou
Na sua entrevista de ontem, o senador Gladson Cameli (PP) deixa claro duas situações que a coluna tinha antecipado: a sua candidatura a governador em 2018 é ponto pacífico e seu voto no Senado é pela cassação da presidente Dilma. Não menosprezem, será um candidato forte.
Irmãos Viana
Na sua entrevista, o senador Gladson Cameli (PP) também pontuou duas posições: seu rompimento político com o governador Tião Viana é caminho sem volta, mas mantém uma relação cordial com o seu irmão, o senador Jorge Viana (PT).
Fechando o ano
Com a aprovação da LDO hoje a Assembléia Legislativa fecha o ano. Amanhã é só a entrega de títulos de “Cidadão Acreano“ e de “Moção de Aplauso”, depois é recesso e somente voltam aos trabalhos em fevereiro.
Eternas férias
O recesso parlamentar (férias dos deputados), para alguns se justifica pela atuação que tiveram ao longo deste período legislativo, mas para uma maioria que foi mera espectadora das sessões, nem tanto, porque integram a “bancada dos mudinhos” e estão em férias eternas.
Forma limpa
Adailton Cruz ganhou a eleição do SINTESAC. Ponto pacífico. Se ele tinha apoio do governo ou não é algo que não invalida a sua vitória. A direção antiga tem que colocar na cabeça que a presidência da entidade não é um cargo eterno, mas passageiro, por isso é bom se conformar.
Sinal da quebradeira
Nos natais passados da entrada do calçadão do Colégio Acreano até chegar no Mercado Central, era lotado de vendedores de objetos para presentes natalinos. Hoje tem quatro gatos pingados. A explicação de um deles: “ninguém tem dinheiro”. A quebradeira chegou ao Acre.
Liberato filho
O PHS já tem o seu candidato a prefeito de Capixaba: Liberato Filho (PHS), cujo pai, o velho Liberato, foi um dos primeiros prefeitos do município. O seu grande desafio é descolar-se da imagem do atual prefeito Vareda, com quem tem laços familiares. Sem descolar será difícil.
Discutir o nada
Essas reuniões como a acontecida em Epitaciolândia sob o comando do presidente da Câmara Municipal de Rio Branco, Artêmio Costa, com vereadores da Capital e do Alto Acre é o tipo de encontro que serve mais se tomar um suco, um cafezinho, ouvir discursos estéreis e somente.
Pode levar a um plebiscito
Caso a crise econômica permaneça em 2016, os escândalos dentro do PT continuem se sucedendo, poderemos ter em Rio Branco uma polarização perigosa: Marcus Alexandre representando o PT e as suas mazelas e um candidato da oposição encarnando a reação ao PT.
Será uma eleição diferente
A eleição para a prefeitura da Capital será uma eleição diferente das anteriores, porque terá o componente do desgaste do petismo, o desemprego, a crise financeira, tudo num patamar muito alto e a imagem em decomposição do PT. O desafio do Marcus Alexandre é se descolar da imagem negativa do seu partido, mesmo sendo um dos filiados mais influentes.
Não apostar que tudo está bem
É bom o Marcus Alexandre não ir pelas projeções otimistas das alas dos “cuecas apertadas” e das “calcinhas apertadas” do PT, que acham que nada está acontecendo e que a sua reeleição está garantida deitado numa rede. A história das ruas não é esta.
Não é parâmetro
A baixa presença popular no ato “Fora, Dilma” não é parâmetro para pensar que a oposição está fraca, não necessariamente quem não foi é porque apoiava a Dilma. E também não tome como parâmetro que as coisas estão às mil maravilhas se der mais gente no ato da Dilma.
Não representam nada
Os dois atos não representam nada e nem são parâmetro para as eleições municipais. Em um ato não houve mobilização de transporte e não outro deve acontecer. Devagar com o andor.
Esta é a questão
Uma coisa é certa: o povão, os moradores dos grotões, os que decidem a eleição não vão para ato contra a Dilma e nem a favor da Dilma, a maioria está descrente com a classe política como um todo e a desilusão é completa. Não gastam em passagem, os poucos centavos juntam para a alimentação.
Perdendo o ranço
Já se nota nas entrevistas da candidata à PMRB, deputada Eliane Sinhasique (PMDB), o dedo do ex-deputado federal João Correia (PMDB), o coordenador da sua candidatura, está mais solta e sem aquele ranço odioso. Deu para notar na entrevista de ontem na TV-RIO BRANCO.
Não há mais clima
Na atual conjuntura não há mais clima para o candidato majoritário sair taxando todo administrador de desonesto, não reconhecendo os méritos, o eleitor quer um debate de alto nível e quer um gestor que passe a imagem do equilíbrio das emoções.
Pesquisas confrontadas
Sobre Sena Madureira, o deputado federal Werles Rocha (PSDB) me disse ontem que, a oposição pode mandar fazer pesquisas para prefeito, mas o PSDB terá a sua pesquisa própria para confrontar. Pelo que diz, Toinha Vieira (PSDB) é pacote fechado.
Só por isso
Recebo e-mail perguntando por qual razão não sou a favor do impeachment da Dilma, já que reconheço que tanto mal fez ao Brasil. Respondo: por não ter até hoje um motivo jurídico, um mal feito dela, um ato de corrupção pessoal, que enseje a sua cassação. Só por isso.
Saída honrosa
Quando o deputado Gehlen Diniz (PP) defende que o candidato a prefeito de Sena Madureira pela oposição saia de pesquisas de opinião pública, é uma busca de uma saída honrosa para sua candidatura a prefeito, já que em todas as pesquisas fica abaixo do Mazinho e Toinha.
Fora do ato
O governador Tião Viana somente chegará em Rio Branco na próxima semana, o ato pró-Dilma, marcado para o dia 16, será sem a sua presença. Mas, teremos o Sibá botando culpa na CIA por todos os males pelos quais atravessa o Brasil.
Paga os aposentados, Ezequiel!
Os aposentados continuam esperando que o secretário municipal de Administração, Claudio Ezequiel, mandar pagar os seus direitos trabalhistas. Pelo menos fixe um dia certo para isso.
Tremenda papagaiada
O presidente da Câmara Federal, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), é o exemplo talhado de que como não deve ser um político. O pior é que grande parte dos parlamentares federais não diferem muito dele no quesito malandragem, porque também estão sendo investigados na “Lava-Jato”. Até neste ponto concordo. Agora, é uma tremenda papagaiada se querer transferir para o Eduardo Cunha a responsabilidade por todos os problemas do Brasil. Falam em tirar o Cunha da presidência como se com isso acabasse o desemprego, a recessão, a imagem negativa do Brasil nos organismos internacionais, enfim, tirasse o país do fundo do poço. Podem tirar o Cunha, que não muda nada! É o mesmo que dizer que cassando a Dilma o Brasil entrará numa fase de ouro de crescimento e resolvido os seus problemas. Duas balelas.
