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REDE DE CORRUPÇÃO

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O prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), uma das mais expressivas lideranças do bloco de oposição no Acre, não economizou adjetivos ao governador do Acre, Sebastião Viana (PT), para rechaçar as acusações que o petista fez contra os oposicionistas, durante uma entrevista concedida ao ac24horas. O peemedebista afirma que o petista tenta atribuir aos líderes de oposição, os métodos “sórdidos” que os partidos que integram a Frente Popular do Acre (FPA) usam para manter o comando do governo do Acre, nas mãos do Partido dos Trabalhadores (PT) e dos irmãos Jorge e Sebastião Viana.


O governador petista afirmou à reportagem de ac24horas que faz repasses mensais para manter os municípios funcionando. O petista alega que não se recusou em dialogar ou ajudar os prefeitos de oposição. Vagner Sales nega que tenha recebido qualquer ajuda do governo do PT, nos últimos cinco anos de sua administração. “O que o Estado repassa são recursos constitucionais. O governador não é bonzinho ou faz favor ao repassar o ICMS. Ele é obrigado a repassar por força de lei. Ele não reconhece que Cruzeiro do Sul é um dos municípios mais bem administrados do Acre”, enfatiza Vagner Sales.

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O peemedebista que aparece como um dos prefeitos mais bem avaliados do Estado, acredita que os governos petistas tentam desqualificar as administrações oposicionistas. Vagner Sales destaca que, em cinco anos de administração fez mais que os prefeitos apoiados pelo PT não fizeram em Cruzeiro do Sul. “Eles se orgulham de pagar os servidores até o dia 30, a prefeitura do meu município paga até o dia 22 – que não é nenhum projeto de governo, mas uma obrigação do gestor. Eles usam esta desculpa para se manter no governo, mas o pagamento em dia é obrigado pela lei de responsabilidade fiscal”, diz Sales.


Para Vagner Sales, Sebastião Viana tenta criar uma cortina de fumaça ao atribuir a compra de votos à oposição. “O grande comprador de votos das eleições é o governador e o pessoal dele. Digo e afirmo: isso não é nenhum boato daqueles que o governador costuma pegar carona, a atuação do presidente da Assembleia, dos secretários de estados, dos cargos comissionados, do deputado Jonas Lima, este último foi preso comprando votos é que movimenta a compra de votos. Também não posso esquecer de Lourival Marques, que foi eleito usando e abusando da pasta de agricultura. Esta turma compra votos”.


Segundo Sales, “existe uma rede de corrupção, de compra de votos, chefiada pelo governador Sebastião Viana e operacionalizada pelos seus candidatos e homens de confiança no governo”.


E para se defender da acusação feita por Viana ele completa: “A oposição não tinha dinheiro para comprar gasolina, andava a pé, enquanto os candidatos do PT usavam os carros do governo, carros terceirizados e aviões que vão ser pagos pelo Gabinete Civil. Sebastião Viana usou uma maquina monstruosa que fazia campanha através cooperativas, terceirizados, empresas prestadoras de serviço. As empresas construtoras repassavam os recursos da campanha para manter o esquema funcionando”.


O lançamento antecipado da candidatura do prefeito de Rio Branco, Marcus Viana (PT) também foi comentado por Vagner Sales. “Cada partido tem direito de lançar seus candidatos. Se ele (Sebastião), só tem o prefeito da capital e quer impor o nome de Marcus Viana, é um direito dele, como sempre o PT faz. Ele precisa tomar cuidado para o trem não descarrilar, sair dos trilhos e ele ser jogado fora do comando. Nós da oposição, vamos escolher, mas não está no tempo. O momento é de descer do palanque, é de trabalhar pelas pessoas que nos deram seus votos, não de fazer campanha antecipada. Precisamos poupar o eleito deste debate exaustivo”.


Voltando ao tema eleição, Vagner diz que “todos os empresários de Cruzeiro do Sul e dos demais municípios teriam feito generosas doações em dinheiro, para campanha do PT. Quem não deu por dentro (dinheiro declarado), deu por fora (caixa 2). Eu sei de tudo, não adianta vir com esta historinha de transparência e honestidade. Sei o nome de cada empresário que deu dinheiro declarado e não declarado”, dispara Vagner Sales.


wagner entrevistaRenovação da oposição


O peemedebista ironizou a declaração de Sebastiao Viana, sobre a falta de renovação na oposição.


“Quer dizer que os nomes novos são os dos petistas que ganham a eleição? O Angelim que foi candidato várias vezes, o Sibá Machado, que por pouco fica não fica fora, o Leonardo Brito, que contou várias vezes com a estrutura total do PT – estes são os novos na política?


Só vejo um nome novo na política, que é Jéssica Sales, médica que fazia especialização fora do Estado, chegou e ganhou a eleição em 30 dias de campanha, sem nunca ter disputado uma eleição. O nome novo de referência na política é o de Jéssica”, destaca Sales.


A renovação de mais de 65% nos quadros da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) é citada como exemplo de traição por Vagner Sales, que é enfático ao afirmar que Sebastião Viana traiu seus aliados. “É conversa recorrente este ato de traição do governador do PT. Não é dito por mim, isso é dito nas rodadas de conversas na Aleac. O governador investiu somente nas candidaturas de seu interesse. Sebastião Viana investiu nos secretários e candidatos de confiança, deixando os deputados que o ajudaram durante todo o governo, na poeira. Portanto, este sujeito não tem moral para falar da oposição”.


Questionado se nos últimos quatro anos, Sebastião Viana teria feito um governo honesto, Vagner Sales desabafou: “é um governo de corrupção, de sem-vergonhice, de atrelamento, de ditadura, de imposição, antidemocrático, que não tem diálogo com quem não faz parte de sua panelinha”. A reportagem questionou o peemedebista, que mesmo diante de tantas más qualidades relacionadas por ele, aos governos petistas, o eleitora vem mantendo o PT no governo há 16 anos, onde estaria o erro de estratégia dos partidos de oposição, que eleição após eleição vêm amargando derrotas por pequenos índices de votação?

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“É difícil você trabalhar num estado miserável como o Acre, sem economia pujante, de pessoas dependentes do Estado. A diferença foi cinco mil votos. Quando se tem um governo ditador, arrogante, prepotente, que se assegura dentro das instituições que deveriam ser independentes, como a Aleac, prevalece a vontade do chefe do executivo. As instituições são obrigadas a trabalhar para o governo em detrimento de diárias e nomeações. Sem contar com os milhares de terceirizados que são obrigados a votar sob a ameaça de perder o emprego. Do fornecedor do alfinete ao da gasolina do helicóptero são obrigados repassar dinheiro”, justifica Sales.


Sales revela que há “uma carta de lealdade assinada pelos empresários que desejam trabalhar para o governo. Sem contar com os milhares de cargos de confiança que ganham sem trabalhar para fazer politicagem no Estado. Por mais que haja uma necessidade e uma vontade de mudança no povo, tudo esbarra nesta opressão da força da máquina, nos gastos de recursos públicos em época de campanha. Só a justiça que não observa o volume de campanha que tem o governador, esta campanha que é feita com dinheiro público. Isso não atrasa salários, mas prejudica o desenvolvimento e os investimentos no Estado”.


Futuro da oposição


O prefeito Vagner Sales acredita que a oposição continuará crescendo e se fortalecendo em 2016. “Não tenho dúvida disso. O desgaste destes prefeitos do PT é o pior possível. Apesar de não iniciarmos bem a administração em Brasileia, nós conseguimos reverter o quadro. As oposições estão mais unidades do que nunca. Não vejo divisão. É necessário termos mais de um candidatura. Os dois candidatos de oposição se uniram no segundo turno. Aqueles que saíram é porque é de praxe. O cara perde a eleição e sai à procura de pagar as contas de campanha. Nestas horas, quem tem dinheiro para distribuir é o governo”.


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Finalizando o bate-papo, Vagner Sales disse que tinha lembrado de um detalhe importante. “Tenho que reconhecer que o governador Sebastião Viana conversou comigo. À época, eu me reuni com ele para pedir que o Estado assumisse o sistema de abastecimento de água de Cruzeiro do Sul. Ele se comprometeu, mas nunca cumpriu. 40% do sistema de abastecimento de água é mantido pelo município. O que eu queria era que o Estado assumisse a responsabilidade que é dele. Esta foi a única vez que tentei, mas sem sucesso, estabelecer uma linha de diálogo com este governo que não tem nada de republicano. Ele apenas mente”.


Apesar de tudo que disse contra o governador Sebastião e sua administração, o prefeito não apresentou nenhuma prova documental sobre as acusações.


 


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