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“Evo Morales tomou as instituições”, diz ex-senador boliviano refugiado no Brasil

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O ex-senador boliviano Roger Molina Pinto, que pediu refúgio ao Brasil depois de ser acusado por dezenas de crimes em seu país de origem, e esteve no Acre durante duas oportunidades para visitar seus familiares que vinham do país de fronteira para vê-lo, depois de passar de alguns anos refugiados na embaixada brasileira em La Paz, foi sabatinado na noite desta segunda-feira, 8, no Programa Rodada Viva, da TV Cultura.


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“Eu fui senador e líder da oposição no Senado da Bolívia. O meu posicionamento sempre foi claro em relação à luta pela democracia, sempre fui muito firme”, diz Roger Molina Pinto ao  abrir a rodada de entrevistas.


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Durante sabatina no Roda Viva desta segunda-feira (8), Molina diz que os 20 processos enfrentados na Justiça boliviana, a maioria por casos de corrupção e desvio de verbas federais, são culpa de um “caminho escolhido” pelo atual governo do país. O parlamentar acusa o presidente Evo Morales de tê-lo perseguido e ameaçado de morte.


Em uma das denúncias feitas contra Pinto, o ex-senador é acusado de envolvimento no massacre de indígenas, em 2008. As mortes foram em decorrência de um conflito político no Estado de Pando. “Eu não sou o único perseguido pelo governo. Tem 750 bolivianos exilados no mundo. Toda oposição é chamada de ‘corrupta’, é uma conduta natural de Morales”, justifica Roger.


“Me acusam de ter desviado US$ 6 milhões da Universidade Amazônica de Pando. Isso tudo é perseguição por eu ser o líder da oposição”, revela Molina.


Para o ex-senador, o principal problema político da Bolívia é a fragilidade da democracia. “O país ainda não encontrou a sua identidade. A luta democrática avançou, mas não o necessário”, diz ele.


Questionado sobre a decisão de ter pedido refúgio brasileiro ao invés de enfrentar os processos judiciais na Bolívia, Roger diz que as instituições do país estão “totalmente tomadas pela ideologia política de Evo”. “O governo é despótico e tomou as instituições”, completa.


“Muita gente acha que o presidente Evo Morales luta contra a pobreza, mas ele não luta contra a pobreza, e não é um campesino como muitos pensam. Muitos acham que ele é um protetor dos povos indígenas, mas ele não é, ele ataca os indígenas.”, afirma Roger Pinto Molina sobre Morales.


COMO MOLINA CHEGOU AO BRASIL


Em 2011, quando se intensificou a perseguição política que lhe movia o presidente Evo Morales, o senador Roger Pinto Molina refugiou-se na embaixada do Brasil em La Paz e foi contemplado pelo Itamaraty com o status de asilado. O governo boliviano, contudo, negou-se a permitir que deixasse o país. E o parlamentar oposicionista permaneceu 453 dias enclausurado na representação diplomática.

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Em agosto do ano passado, preocupado com a saúde debilitada e com o abatimento psicológico de Pinto Molina, o diplomata Eduardo Saboia organizou uma fuga cinematográfica que chegou ao Brasil por Corumbá (MS) e terminou com a instalação do senador em Brasília. A viagem durou 22 horas e culminou com a demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.


No Brasil, Molina esteve no Acre durante duas oportunidades sob a proteção do senador Sérgio Petecão.  Na primeira visita, em setembro de 2013, Molina ficou escondido na chácara do parlamentar acreano e lá recebeu a visita de familiares que não mantinha contato por muito tempo.  O encontro foi realizado na chácara Boi Cagão, de propriedade do político acreano.


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Já em dezembro do mesmo ano, Molina esteve no Acre escondido em uma cidade do interior para passar as festas de final de ano com sua família que teria chegado da Bolívia.  Na época, ele deu uma entrevista exclusiva a Roberto Vaz, na época chefe de jornalismo do ac24horas.

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