Há 20 anos os brasileiros conviviam com uma hiperinflação galopante, ou seja, a cada dia os produtos eram reajustados para valores superiores aos observados na véspera.
A taxa básica de juros atingiu o patamar de 45% enquanto o crescimento econômico do país era da ordem de 0,6%.
Vários planos econômicos foram registrados sem alcançar sucesso. Cadernetas de poupança foram confiscadas, moedas trocadas e os brasileiros não sabiam o valor real dos produtos que consumiam.
Em 28 de fevereiro de 1994 foi publicada a Medida Provisória nº 434, que introduzia a Unidade Real de Valor, a URV, uma moeda transitória entre o Cruzeiro real e o Real, que entraria em vigor em 1º de julho de 1994.
Foi um período de reforma monetária, onde o consumidor precisava calcular diariamente o valor da URV (a cotação inicial foi de CR$ 647,50). Os pagamentos eram realizados com o Cruzeiro Real, mas com base na URV.
Este foi o embrião da moeda Real que utilizamos há 20 anos e podemos conferir a Fernando Henrique Cardoso o mérito de colocar em execução o Plano Real.
“Em menos de seis anos seus objetivos já puderam ser comprovados, como por exemplo, através da atuação do governo adotando medidas como o controle dos gastos públicos”, recorda a economista Lorena Rodrigues.
Medidas de profundo impacto sobre a saúde no Brasil foram tomadas durante o Plano Real. “Criamos o Sistema Único de Saúde, os recursos do Fundo Nacional de Saúde passaram a ser transferidos automaticamente para fundos estaduais e municipais. Isto ajudou a reduzir a discriminação política e a prática do clientelismo”, assegurou o líder do PSDB na Assembleia Legislativa, Major Rocha.
A Educação foi outra área contemplada nas medidas renovadoras do Plano Real. “A criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), estimulou a expansão do ensino, com o rateio proporcional entre Estado e Municípios, de acordo com o número de alunos matriculados”, relembra o prefeito de Senador Guiomard, James Gomes.
O Programa Nacional de Desestatização contribuiu para a modernização de setores importantes, como a telecomunicação. “Em 1994, o Brasil contava com 800 mil linhas telefônicas móveis (celulares) e pagavam uma pequena fortuna por eles. Hoje o brasileiro utilizasmartphones com preços relativamente acessíveis”, ressalta o deputado federal Marcio Bittar, primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara.
Em reconhecimento a estas duas décadas de Plano Real, neste 25 de fevereiro o Senado Federal realiza sessão solene com a presença do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, o Ministro da Fazenda que colocou em execução esta reforma monetária vitoriosa.
“Passados 20 anos do Plano Real, o mais engenhoso plano econômico brasileiro, recebe mais uma vez o reconhecimento e as homenagens pela inestimável contribuição que deu ao país. Ok, FHC. Você venceu!”, parabenizou Francisco Nazareno, Diretor Instituto Teotônio Vilela – Acre.