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Líder do assalto à lotérica estaria à procura de emprego há dois meses

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Roberto Gaz

O jovem Moisés Nascimento, 22 anos, que ficou conhecido por liderar a tentativa de assalto com reféns, que parou Rio Branco, na última quinta-feira, apesar de considerado o vilão da história, é ao mesmo tempo vítima da falta de políticas públicas para a recuperação e ressocialização de presidiários.


Moisés cumpria pena em regime semi-aberto e estaria à procura de emprego há dois meses. A revelação foi feita por ele mesmo durante as negociações para soltura dos reféns.


Segundo o advogado Rodrigo Machado, que ajudou a polícia nas negociações tentando convencer os assaltantes sobre a garantia de seus direitos, houve um momento em Moisés levantou a arma, uma pistola prateada e desabafou: “eu não queria ta com essa arma aqui, eu queria está empregado, cumpri pena por tráfico, estava no regime semi-aberto e estou procurando emprego há dois meses, mas não consigo nada por eu ter sido preso. Eu quero um emprego.”


O advogado diz que ficou chocado com as declarações de Moisés. Para ele, o desabafo do rapaz de 22 anos só expõe a falha das políticas públicas do Estado e ao mesmo tempo revela uma sociedade que não admite a possibilidade de recuperação de um criminoso.


“Aí você vê o papel que o próprio Estado não ta conseguindo cumprir. Porque o Estado tem o dever de ressocializar o preso. Trazer ele de volta a sociedade. Não estou justificando o erro, não. Não estava ali para defender o erro. Estava para convencer ele de que ele tinha direitos. Com isso seria mais fácil ele ser convencido a liberar as vítimas. Até porque num contexto de conflito desses o advogado é importante. Mas esse foi um dos pedidos que me comoveu”, diz o advogado. 



Por outro lado, o contexto social e familiar de Moisés é marcado por conflitos e separações, semelhantes ao de muitos jovens que ingressam no mundo do crime e terminam como ele.


Sua mãe, dona Mariza Oliveira, disse que criou o rapaz, praticamente, sozinha porque o pai dele era viciado em drogas.


Ela sempre insistiu para que o filho estudasse, mas Moisés ingressou cedo nas drogas e o máximo que conseguiu foi estudar até o 5º ano do ensino fundamental.


Ainda menor cumpriu pena de um ano e seis meses, na pousada, pelo crime de homicídio.


Já maior de idade se envolveu com o tráfico e roubos. Foi preso e cumpriu pena no presídio estadual Francisco de Oliveira Conde.


Dona Mariza conta que chegou a procurar emprego com o filho. Como “mente vazia é oficina do diabo”, a mãe de Moisés acreditava que o trabalho seria uma forma de o filho se regenerar. Mas há dias atrás em uma loja, onde havia uma oferta de emprego, durante entrevista, ela contou à proprietária que seu filho tinha passagem pelo presídio. Por causa disso, a empresária se recusou a contratá-lo.


 


 


 


 


 


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