Investigação que resultou na prisão de dono de agência de modelos foi requisitada pelo Ministério Público do Acre

O Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e a 1ª Promotoria Cível, com atribuições perante à 2ª Vara da Família da Comarca de Rio Branco, requisitou a instauração do inquérito policial que investigou o proprietário da agência de modelos Órion Produtora, Osmir D’Albuquerque Lima Neto. Ele foi preso na tarde desta terça-feira (3) em seu escritório no centro de Rio Branco.

A investigação começou em setembro de 2009 e revelou que o acusado abusava sexualmente de mulheres, entre elas menores, que eram atraídas pela promessa de que se tornariam modelos. Ele negociava espaços na revista em troca de favores sexuais. A versão foi confirmada por 19 vítimas, entre as quais, meninas com idade inferior a 14 anos.

Osmir Neto teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Romário Divino, titular da 2ª Vara da Infância e Juventude, acusado de crimes de estupro, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Se condenado, ele poderá ficar até 33 anos na cadeia.  “Nas investigações restaram provas veementes de prática desses crimes contra mulheres maiores e menores de idade”, revelou o Promotor de Justiça Mariano Jeorge de Sousa Melo.

A prisão do acusado é um desdobramento da Operação Delivery, que desmantelou uma rede de prostituição no Acre. Essa semana, quinze pessoas envolvidas foram condenadas.

Em 2003, Osmir Neto foi condenado a 32 anos de prisão pela Justiça do Estado do Rio de Janeiro por estupro e pedofilia. Ele produzia uma revista com fotos de adolescentes que iam ao seu estúdio. Ele também filmava a sessão de fotos e vendia as fitas em bancas de jornal.

No momento da prisão de Osmir Neto, três adolescentes foram flagradas no escritório da agencia, elas foram levadas a sede do Núcleo de Proteção e do Adolescente Vítima (Nucria) para prestarem esclarecimentos.

Quase quatro horas depois da ação da polícia, Osmir Neto foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos de praxe, posteriormente será encaminhado ao presídio estadual.

No momento de saída Osmir Neto, que não estava algemado, usava óculos escuros e esboçava um leve sorriso, antes de entrar na viatura ele falou que no momento não prestaria nenhuma declaração sobre sua prisão, “Agora não falarei nada, em outro momento quem sabe”, disse o acusado.

Candidata à modelo confirma assedio sexual

Enquanto a imprensa aguardava para registrar a saída do colunista social, uma adolescente de 16 anos, disse que já havia feito algumas fotos para o colunista e confirmou o oferecimento de vantagens como a capa na revista Chique e trabalhos publicitários em troca de sexo.

“Tenho algumas colegas que trabalham para o Osmir e todas já tiveram ou tem envolvimento sexual com ele. Eu fiz minhas fotos no dia 6 de abril, fui muito bem tratada, ele é atencioso e muito legal, só que depois das fotos voltamos para o escritório da agencia e então ele queria que eu fizesse sexo com ele, ficou me elogiando, me assediando e se esfregando em mim, não fiquei assustada porque minhas amigas já haviam falado que ele agia dessa forma. Uma colega que estava comigo acabou cedendo e transou com ele, dias depois estava fazendo fotos para uma loja de luxo aqui da cidade”, revelou a adolescente.  

Gleydison Meireles – com informações da Polícia Civil e Ministério Público
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