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Conexão 24 horas, inimiga da saúde; veja matéria do Dia On Line

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Thais Farias

O alerta é de Charles Czeisler, chefe da Divisão de Medicina do Sono da Universidade de Harvard, nos EUA. Em artigo publicado na revista ‘Nature’, ele explica que olhar para a luz branca dos celulares, após o anoitecer, ativa os neurônios e cria excitação que inibe a produção da melatonina, hormônio responsável por produzir o sono.


Segundo Czeisler, a claridade afeta o ciclo cicardiano, que regula descanso, digestão, apetite e temperatura corporal. “Comida e bebida ricas em cafeína afetam o sono, mas a energia elétrica é o que mais afeta. A luz interfere no ciclo cicardiano mais do que qualquer outra droga”, disse.


Presidente da Sociedade de Neurocirurgia do Rio, Eduardo Barreto explica que a exposição à claridade durante a noite leva o organismo a entender que é dia e que ainda não chegou o momento do descanso. O médico explica que a ausência de claridade é o principal fator que sinaliza ao corpo que é preciso repor as energias para o próximo dia. “O ser humano deturpa o relógio biológico. A claridade entra pela visão e ativa a parte do cérebro que deixa a pessoa mais ativa. O organismo não entende que é luz artificial”, explica.


CELULAR E LAPTOP NA CAMA


A designer Larissa Queiroz, 23 anos, fica com o smartphone ligado 24h por dia e usa o computador como ferramenta de trabalho e lazer. Assim, ela se mantém conectada do momento em que acorda até a hora de dormir. “Levo celular e computador para cama e, apesar de deitar cedo, só consigo dormir pelo menos uma hora depois, porque os aparelhos me deixam ativa. Sinto um incômodo nos olhos por olhar demais a tela, mas passa depois”, alega.


Para Czeisler, o corpo humano não está preparado para o excesso de claridade artificial à noite. Ele recomenda a mudança no tipo de luz emitida pelos aparelhos, já que a branca é uma das vilãs, devido à forte incandescência, que mantém o olho alerta. “O melhor é substituir a luz branca por azul”.


Insônia após checar e-mails à noite


Maycon Nunes, analista de sistemas, 29 anos, tem uma rotina que inclui muitas horas em frente à tela do computador. Ao chegar em casa, é a vez de ficar ligado no tablet e no celular, já que ele estuda com a ajuda dos aparelhos. A consequência do dia a dia conectado aparece na hora de dormir.


“Eu às vezes tenho dificuldade para dormir, mesmo com sono. O problema é que, quando isso acontece, pego novamente o tablet para estudar mais ou ver o Facebook e, quando percebo, já é madrugada”, declara.


Ele conta que, normalmente, antes de dormir prefere ver e-mails engraçados e jogar, o que prejudica ainda mais o relaxamento. “No dia seguinte, acordar é difícil e não é raro sentir sono, principalmente na parte da manhã”, disse.


O que fazer para conseguir dormir com qualidade


Sonolência durante o dia, irritabilidade, falta de concentração e problemas na memória. Esses são os principais sintomas de distúrbios no sono.


Para conseguir as oito horas de sono recomendadas e sem interrupção, a especialista em Medicina do Sono do Hospital Federal da Lagoa (HFL), Luciane Mello, recomenda evitar trabalhar, estudar, assistir televisão e navegar na internet na cama. Segundo ela, é importante não ingerir bebidas e comidas ricas em cafeína (café, mate e refrigerante e chocolate) após as 18h. Exercícios físicos, pela manhã, colaboram na hora de dormir.


“Cama foi feita para dormir, apenas, e não para brigar com o sono. Noites bem dormidas garantem um dia seguinte produtivo e quem tem problemas para dormir deve procurar tratamento com especialista”, aconselha.


O diretor de cinema Darcy Burguer, 51 anos, passa 19 horas conectado e só cinco dormindo. Ele conta que passa o dia ao lado de tablets, laptops e do Blackberry, aparelhos usados para trabalho, lazer e contato com as filhas Maria, 15 anos, e Ana, 13.


“Acho até que já me acostumei com a luz dos aparelhos, devido às muitas horas que passo conectado. Tenho o hábito de dormir pouco todos os dias”.


Quando a internet vira vício


Estipular um horário para se desconectar não é tarefa fácil. A internet, principalmente os jogos, acionam uma área do cérebro ligada à compensação e ao prazer — a mesma região ativada pelo uso de drogas. Por isso, o hábito de navegar pode virar dependência, e pessoas com tendências compulsivas são as mais vulneráveis. Segundo Elizabeth Carneiro, psicóloga da Santa Casa da Misericórdia, o comportamento dos viciados inclui virar noite em sites de jogos, leilões ou compras.


No caso do Facebook, a dficuldade para se desconectar está no fato de o site ser constantemente atualizado. “Isso estimula a pessoa a estar sempre vendo o que acontece”. Quando o uso da tecnologia prejudica o convívio social e gera danos à saúde, é hora de procurar tratamento.


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Thais Farias

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