Luciano Tavares, de Assis Brasil (AC)
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O que seria uma festa para receber filiados transformou-se num ambiente de constrangimentos, o evento do PSD, na noite desta sexta-feira, na Câmara Municipal de Assis Brasil, com a presença do senador Sérgio Petecão, presidente estadual do partido no Acre.
Tudo porque o PSDB, que também marcou para o mesmo dia e local um evento na mesma cidade, resolveu, a mando do presidente da executiva estadual do partido, o deputado federal Marcio Bittar, sem conversar previamente com o senador, fazer um ato de filiação no mesmo local escolhido pelo partido de Petecão. Coincidência, desorganização das oposições ou esperteza? A resposta: as três coisas.
O evento estava marcado para as 20h. O PSD se preparava para filiar 27 pessoas, o PSDB 3. Marcio Bittar, acompanhado de sua esposa Márcia, de Tião Bocalom e do deputado Major Rocha chegou mais cedo. Petecão ainda estava na estrada, saindo de Brasileia, de uma reunião com o prefeito Everaldo Gomes (PMDB). Mas em Assis Brasil, Marcio Bittar chamava os filiados do partido de Petecão, que estavam do lado de fora do local da reunião à espera do senador, para que entrassem no prédio. “Não deputado, vamos começar só quando o senador chegar, o evento é dele” pedia o prefeito de Assis Brasil, Doutor Betinho, correligionário de Bittar.
Petecão chegou e o evento teve inicio. Em sua saudação, o prefeito deixou claro que o evento era do PSD e que numa outra data o PSDB fará um ato parecido.
Mas apesar do anúncio de que o evento não era tucano foi o presidente do PPS, Edson Bittar, irmão de Márcio, quem tomou a frente dos trabalhos para anunciar as autoridades presentes e dar inicio ao ato do PSDB, que filiou 3 pessoas, apesar de o PSD ter organizado um cronograma para o ato.
Parecendo não gostar muito do que via, Petecão fez uma breve saudação citando os novos membros de seu partido.
Por outro lado, Bittar foi mais extenso em seu discurso e aproveitou o “palanque” montado pelo PSD para falar sobre candidatura majoritária.
“Temos que estar unidos em 2014 se quisermos vencer a Frente Popular, deixando claro que quer candidatura única na oposição. Se for Zé com Mané, é Zé com Mané. Se for Bastião com Antônio, é Bastião com Antônio. Mas temos que sair unidos”, defendeu.
Ao final do evento os dois mal se cumprimentaram e Petecão saudou Márcio Bittar com um frio “abraço, Márcio!”.
Apesar de não gostar da presença tucana, Petecão negou estar incomodado e disse ainda que o ato “representava a união das oposições”. A resposta que já virou quase um jargão, também foi a mesma de Bittar. “Mostra uma oposição unida”, disse o tucano.
No município, o prefeito é do PSDB e o vice do PSD. Segundo o vice-prefeito José Ferreira, o Zé do Posto, “o ato foi juntado” por ele e pelo prefeito.
Apesar do clima aparentemente amistoso entre Bittar e Petecão, dois possíveis candidatos ao governo pela oposição, o comentário entre os militantes após o encerramento do evento foi de “clima de constrangimento e de puxada de tapete”.
Veja video-reportagem produzida por Willamis França: