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Conselheira critica justiça do Acre pela soltura de Adálio e Assuero

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Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares@ac24horas.com


A Conselheira do Tribunal de Contas Naluh Gouveia reincorporou o espírito polêmico de então deputada petista, para criticar o habeas corpus concedido pela justiça acreana que resultou na soltura dos pecuaristas Adálio Cordeiro e Assuero Veronês, presos na semana passada através da Operação Delivery, acusados de participação em uma rede de pedofilia no Estado.

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Naluh se disse envergonhada com a decisão da justiça e insinuou que há mais pessoas importantes da sociedade envolvidas com o crime de pedofilia.


“É ultrajante”, disse a conselheira ao refutar o que considera impunidade e cumplicidade judicial no caso.


“O que é incrível, é que uma das pessoas todo mundo sabia, porque vinha forçando a barra há mais de trinta anos”, diz Naluh ao se referir a um dos acusados.


A conselheira, entretanto, elogiou a desembargadora Denise Bonfim, que um dia após a prisão, negou pedido de habeas corpus aos dois acusados, que foram liberados depois, na segunda-feira, após decisão do desembargador Francisco Djalma.


“Um estado onde nós temos autoridades que deveriam dar o exemplo e que não dão exemplo nenhum, e que cada vez mais a gente espera do Judiciário uma decisão corajosa. A decisão corajosa não é dar punição simplesmente por punir!”, acrescenta sem citar nomes.


A ex-deputada petista também mostrou indignação com a homenagem concedida pelo governador Sebastião Viana ao pecuarista Adálio Cordeiro um dos acusados do crime de exploração sexual de menores.


A homenagem, uma medalha de honra com a insígnia da Ordem do Grão Cavaleiro do Acre, importante reconhecimento a pessoas que colaboram ou colaboraram de alguma forma com a sociedade acreana, foi concedida no começo do ano, durante pomposa solenidade no Palácio Rio Branco.


“O mais triste é saber que foi dada uma comenda, um título pra um senhor, pra este senhor. E tanta gente que merecia uma comenda do governador e foi dado pra este senhor”, diz Naluh, que aproveitou para ironizar Sebastião Viana: “Isso é ótimo! É bom que bata na consciência do governador e veja essas comendas. Eu pedi comenda para o doutor Luiz Francisco (procurador federal que atuou no caso Hildebrando), mas o estado nunca deu. Nunca fez uma menção ao honrado Luiz Francisco. A Ufac deu, mas o governo nunca. Mas deu essa comenda a esse senhor que deveria tá preso. Um senhor de 79 anos, que já deveria ter toda vergonha possível”, diz a conselheira que teve sua fala acompanhada atentamente pelos seus colegas conselheiros.


A conselheira encerrou sua fala com uma frase do  ministro Ayres Britto, presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que na solenidade de premiação das melhores práticas da Justiça, promovida pelo Instituto Innovare, em Brasília, nesta quarta-feira, 08, criticou a cultura de submissão da justiça brasileira.


Na manhã desta quinta-feira, 08, os conselheiros analisaram 15 processos, mas as declarações de Naluh Gouveia, no encerramento da sessão, durante as considerações finais acabou tomado mais notoriedade que a própria pauta do dia.

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