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Em assembleia, bancários do Acre aprovam greve a partir do dia 18 deste mês

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Em assembleia realizada no fim da tarde desta quarta-feira, na Praça Povos da Floresta, centro de Rio Branco, os bancários aprovaram greve nacional a partir da 00 hora da próxima terça-feira (18).


O motivo da paralisação, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Acre, Edmar Batistela, a greve foi motivada porque os bancos, apesar de formarem o setor mais sólido e lucrativo da economia do país, não apresentaram até agora uma proposta decente que contemple as reivindicações da categoria.

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Batistela explica que os bancos tem como melhorar a proposta apresentada na última negociação, pois a quase totalidade dos acordos salariais assinados no primeiro semestre em setores econômicos menos lucrativos que o financeiro teve aumentos reais.


– Os ganhos dos trabalhadores desses segmentos chegaram a mais de 5% acima da inflação. É um gritante contraste com o 0,58% de aumento real proposto pela Fenaban aos bancários, comenta o sindicalista.


Os seis maiores bancos, que empregam mais de 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões somente no primeiro semestre. E ainda provisionaram R$ 39,15 bilhões para devedores duvidosos (PDD), 64,3% a mais que o lucro líquido.


– É um disparatado truque contábil para uma inadimplência que cresceu apenas 0,7 pontos percentuais no mesmo período, comenta Batistela.


REDUÇÃO DA PLR


Com essa maquiagem nos balanços, diminuindo artificialmente os lucros, as instituições financeiras apresentaram proposta que reduz a PLR da categoria. Para fugir dessa armadilha, os bancários reivindicam uma nova forma de cálculo da PLR, equivalente a três salários mais R$ 4.961 fixos. Mas os banqueiros rejeitam.


Ao também negarem reajuste decente no piso, os bancos mais uma vez demonstram ganância excessiva e falta de respeito em relação àqueles que produzem os seus resultados fantásticos.


PISO SALARIAL BAIXO


Pesquisa realizada pela Contraf-CUT junto a entidades sindicais sul-americanas mostra que o piso salarial dos bancários brasileiros é um dos mais baixos no continente. Enquanto os bancos pagam piso de 1.090 dólares no Uruguai e de 1.200 dólares na Argentina, aqui no Brasil é de apenas 681 dólares (ou seja, R$ 1.400). Isso significa que o piso do bancário hoje é 58% do salário mínimo do Dieese de R$ 2.416, o que está sendo reivindicado.


Os banqueiros recusam-se ainda a discutir o emprego e mecanismos que dificultem as demissões imotivadas, além do fim da rotatividade, política deliberada que eles empregam para fechar postos de trabalho e reduzir a massa salarial da categoria.

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ROTATIVIDADE


Nos últimos oito anos, os bancários conquistaram com grandes mobilizações e greves 13,9% de aumento real nos salários e 31,7% no piso. Mas a média salarial da categoria cresceu apenas 3,6% nesse período, em razão da rotatividade, pela qual os bancários com salários mais altos são demitidos para a contratação de outros com remuneração mais baixa, principalmente nos bancos privados. É preciso pôr um fim a esse mecanismo nefasto, que não existe em outros países, só no Brasil.


Segundo dados fornecidos pelas próprias instituições financeiras à CVM, a remuneração média dos diretores estatutários de quatro dos maiores bancos em 2012 será 9,7% superior à do ano passado, o que significa um aumento real de 4,17%. Assim, cada um desses diretores do BB receberá este ano mais de R$ 1 milhão, os do Bradesco embolsarão R$ 4,43 milhões, os do Santander R$ 6,2 milhões e os do Itaú R$ 8,3 milhões cada um.


ABERTO AO DIÁLOGO


Como sempre, estamos abertos ao diálogo e apostamos na valorização do processo de negociação. Mas a Fenaban, em quatro rodadas duplas de negociação, apresentou uma única proposta, com a provocação do 0,58% de aumento real e nada mais no piso, na PLR e no emprego – contrastando com a gorda remuneração dos altos executivos.


No dia 5 de setembro o Comando Nacional enviou carta à Fenaban informando sobre o calendário de mobilização e reafirmando a importância de se buscar um acordo negociado. Mas até agora os bancos não deram nenhuma resposta.


 


 


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