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Sem ramal para retirar a safra, produtores perdem produção no Bom Jesus

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Jairo Barbosa –jairobarbosa@ac24horas.com


A safra de tangerina, laranja e limão, macaxeira e outras plantações empacaram na propriedade do produtor rural Oranice Ferreira de Araújo, 65 anos, que apostou tudo na plantação. Há quatro meses ele acumula prejuízos e já perdeu cerca de 75% do que plantou por não ter como trazer para o mercado a safra cultivada  durante o inverno.

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Seu Araújo e outros produtores moram no ramal Bom Jesus, um trecho de 3 km, que liga o bairro Taquari á Via Verde, estrada construída pelo governo do Acre para servir como principal via de tráfego no entorno de Rio Branco.


Pode até não parecer, mas naquela região periférica do bairro Taquari existem famílias que se dedicam ao cultivo de frutas, verduras e criação de patos e galinhas com a finalidade de abastecer o mercado local. A vontade dos pequenos produtores esbarra no descaso do governo que prometeu por meio do Deracre, recuperar o pequeno trecho e oferecer condições para o escoamento da produção de inverno a verão.


“Uma equipe do governo veio aqui e fez uma reunião com a gente lá na igreja. Eles prometeram que esse ramal ia ganhar o asfalto. Hoje ele ta nessas condições porque durante a alagação, era por aqui que a Defesa Civil retirava as famílias do Taquari. Sem ter como andar carro aqui, como a gente vai vender nossa produção?”, indaga Araújo.


Manoel Salvador da Silva, outro pequeno produtor disse que viu a plantação de laranjas cair e apodrecer no quintal. Ainda conseguiu vender alguma coisa porque enfrentou um trecho levando o produto em um carro de mao.


Ex-operador de maquinas do Exercito, ele até se oferecer para operar gratuitamente o maquinário do Deracre, mas sua proposta foi ignorada.


“Eu me ofereci para trabalhar no ramal com a máquina do Deracre. Passei trinta e cinco anos no Exercito trabalhando  em estradas. Não é uma coisa difícil arrumar isso aqui, mas primeiro a gente precisa do apoio do governo”, disse o aposentado.



Os moradores ainda disseram que as péssimas condições do ramal ainda impõem a eles, outro sofrimento: carregar nas costas as compras do fina do mês. Nenhum  supermercado vende a mercadoria garantia a entrega; nem taxistas concordam em enfrentar o trecho.


“Para chegar com a feira em casa o jeito é carregar nas costas. O pessoal lá da rua que já conhece a gente vai logo dizendo que não entrega aqui, a gente compra lá se quiser. Quer dizer, é uma situação humilhante, né?, lamenta Araújo.


Na altura do km do ramal, um bueiro cedeu e fez desbarrancar parte da estrada. Nas atuais condições de tráfego, somente motos conseguem passar no Bom Jesus.

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