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Governo perde o controle de donativos para vítimas da alagação no Acre e igreja prioriza fieis que não foram atingidos pela águas

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O armazenamento de centenas de sacolões, colchões e materiais de limpeza em uma igreja desativada no bairro Calafate chamou a atenção de moradores da região. O religioso que cuida do espaço disse a ac24horas que os donativos foram entregues pelo governo do Acre para ajudar vitimas da enchente, mas ao acessar o cadastro das famílias relacionadas para receber os donativos a reportagem descobriu que beneficiados moram em bairros de uma das regiões mais altas da cidade e sem o perfil social anunciado pelo governo.


Dona Maria do Socorro, moradora do Conjunto Esperança, Rua Joaquim Nambuco é uma delas. Na sua residência tem até ar-condicionado. Solteira e com renda mensal de R$ 600, ela conta que recebeu um sacolão doado pelo Pastor da Igreja que ela frequenta.

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– Depois de Deus o Pastor da minha igreja está em primeiro lugar. Ele disse que eu podia receber, eu me cadastrei e ganhei. Graças a Deus me ajudou muito – comentou Socorro.


Na Vila Betel, a reportagem localizou dona Rita Bezerra. Ela não permitiu gravar entrevista, mas confirmou o recebimento do donativo. Informada do caso, a assessoria do governo disse que a entrega de sacolões pelos líderes religiosos tem o aval de Sebastião Viana que se desincumbiu da atribuição de distribuir os alimentos e repassou o “poder” para as Igrejas.



Centenas de famílias deixaram de receber a ajuda do governo


Na outra ponta, nos bairros 06 de Agosto e Taquari, centenas de famílias reclamam de não ter visto nem a cor dos sacolões entregues pelo Acre Solidário. Dona Rosangela Gadelha, moradora da Travessa Praxedes, mostrando as marcas de água nas tabuas de sua casa, disse que viu “um caminhão passar lotado de sacolões”, mas que nenhum chegou para sua família. Ela esta desempregada e tem três filhos. Os vizinhos contam a mesma história.


No dia 30 de março a primeira dama do Estado, Marluce Cândida, encerrou a distribuição de donativos declarando sucesso total na distribuição feita pelo Acre Solidário. O anúncio foi feito após a realização do Jogo da Solidariedade promovido pelo senador Sérgio Petecão. Sebastião Viana que já havia se recusado a receber alimentos do governo de Minas Gerais, também se recusou a receber a ajuda arrecadada no jogo.


Durante toda tarde de ontem a reportagem tentou falar com a secretária de cidadania e assistência social da prefeitura, Estefânia Pontes. Ela não atendeu ao seu telefone celular 99** **43.


A assessoria do governo jura de pés juntos que todas as prioridades foram atendidas, inclusive a de ribeirinhos e índios atingidos pela enchente. Um dos assessores da Igreja Batista Filadélfia localizada no Conjunto Esperança, onde foram cadastradas as famílias para receber os benefícios, pediu para seu nome ser mantido em sigilo, mas informou que os sacolões armazenados aguardam o retorno do Pastor presidente que realiza viagem para Israel. “Somente ele é quem determina qual família vai receber a ajuda”, esclareceu.


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