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Observatório do Crack revela que a droga avança em 12 dos 14 municípios pesquisados no Acre

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Luciano Tavares,
da redação de ac24horas
lucianotavares.acre@gmail.com


Um levantamento divulgado pelo Conselho Nacional dos Municípios revela que o crack é problema de 12 dos 14 municípios do Acre pesquisados pela entidade. O chamado Observatório do Crack pesquisou 4430 cidades brasileiras. 91% delas sofrem com o problema.

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No Acre as doze cidades onde o crack avança são: Acrelândia, Assis Brasil, Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Manuel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre, Rio Branco, Tarauacá e Xapuri. Mas ainda há no Acre locais onde a droga ainda não chegou: Jordão e Bujari.


O mapa do Observatório do Crack revela que Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Brasileia, Acrelândia e Assis Brasil, possuem nível alto de consumidores da droga.


Estão no nível médio, considerado pelo observatório, os municípios de Feijó, Porto Acre, Plácido de Castro e Xapuri. Já Manuel Urbano e Tarauacá fazem parte dos municípios com baixa quantidade de usuários.


Os dados revelam a enorme deficiência que há na guarnição da fronteira e devido à falta de mais policiamento, os municípios de Assis Brasil, Brasileia e Epitaciolândia estão entre os seis do Acre com nível alto de consumidores do entorpecente.


O mapa do crack revela outra triste realidade em relação ao Acre: a falta de um orçamento no âmbito estadual, específico para programas de combate às drogas e ausência de ação assistencial em praticamente todos os municípios onde o flagelo avança. Conforme o Conselho Nacional dos Municípios, no ano de 2010 foi autorizado R$ 124 milhões para a gestão da política nacional sobre drogas. Deste montante foi empenhado R$ 90,1 milhões e efetivamente pago o valor de R$ 5,3 milhões. Ou seja: 4,21% do valor autorizado ou 5,94% do valor empenhado, segundo dado coletados do Orçamento Geral da União.


O Acre, por exemplo, não possui uma política específica no setor para viciados. Faltam unidades clínicas para atender pessoas com esse tipo de problema. Quando um viciado num estágio avançado do uso de droga apresenta algum tipo de problema psíquico, ele é internado no Hosmac (Hospital de Saúde Mental), junto com outros pacientes que não sofreram ou não sofrem o mesmo problema, oriundo do uso de entorpecentes.


A segurança aparece como sendo a segunda maior área a apresentar problemas relacionados ao consumo e a circulação de drogas com 58,5% das citações.


Os principais problemas estão relacionados ao aumento de furtos, roubos, violência intrafamiliar e doméstica, assassinatos, vandalismo, bem como o aumento da violência no meio rural e urbano. Existem ainda apontamentos em relação à falta de policiamento nessas áreas que apresentam maior vulnerabilidade.


Apreensões de crack estão se tornando comuns no Estado, principalmente em Rio Branco e nos municípios de fronteira, como Brasileia e Epitaciolândia.


Para o CNM a devastação que o crack e outras drogas vêm causando à população brasileira está relacionada ainda à região de fronteira do país. O efetivo policial é pequeno, mal remunerado e pouco treinado para enfrentar a dinâmica do tráfico.

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Em Rio Branco é fácil ver jovens e adolescentes usando drogas, sobretudo, durante a noite em vários pontos do centro da cidade, apelidados por usuários e policiais de “Cracolândia”. São locais conhecidos, como a Praça dos Tocos ou da Catedral, proximidades do Mercado Elias Mansour ou Terminal Urbano e espaços próximos ao Palácio Rio Branco.


Na semana passada o site ac24horas noticiou o caso de um rapaz com um principio de overdose de crack, que foi socorrido pelo Samu, na rampa do Palácio Rio Branco. Ele teria passado a noite usando a droga, passou mal e foi salvo graças à ajuda de populares que passavam próximo ao.


Assistência social é a terceira área a apresentar problemas demandados pelo consumo e circulação de drogas, 44,6% relatam problemas como a falta dos serviços da Proteção Social Básica prestado pelo Centro de referência da assistência social – CRAS, que trabalha na perspectiva da prevenção e do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários desenvolvendo ações que podem contribuir para evitar o uso de drogas.


A falta de estrutura familiar é o principal problema, segundo gestores do setor de assistência social. Por causa das drogas o usuário abandona a família e os estudos, o que dificulta a reinserção do indivíduo à sua rede social.


Com 37,9% das citações a área da educação aparece em quarto lugar apresentando problemas relativos ao consumo e circulação de crack e outras drogas.


O levantamento constata que o envolvimento do jovem ou adolescente com as drogas é o começa de uma sequência de atos que o levam ao baixo rendimento, vandalismo, envolvimento com gangues e evasão escolar.


Na pesquisa há ainda os que citaram a falta de gente capacitada para lidar com o problema. Situação que é comum em todas as cidades brasileiras. Outra situação, e ainda mais grave é o baixo investimento do governo federal, com políticas de combate ao uso das drogas.


Fonte: CNM/Observatório do Crack


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