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Após 48 horas de espera, criança morre antes do parto na Maternidade Bárbara Heliodora

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Pai do bebê, Leomar Torres, que acompanhou a esposa durante toda a gravidez, se diz frustrado e indignado com os serviços oferecidos pela única maternidade pública da Capital acreana

Mais uma grávida teve o sonho da maternidade frustrado. Na noite desta quinta-feira, 28, um bebê morreu antes do nascimento. A mãe esperou por mais de 48 horas num dos leitos da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco (AC). A bolsa da gestante estourou na terça, mas até a noite de quinta, o parto não havia sido recomendado pelos médicos do centro especializado em saúde da mulher.


Pai do bebê, Leomar Torres, que acompanhou a esposa durante toda a gravidez, se diz frustrado e indignado com os serviços oferecidos pela única maternidade pública da Capital acreana. Segundo ele, a espera se deu em meio ao clamor da gestante por uma cesariana, o que não foi levado em conta pelos médicos.


“A bolsa estourou em casa e quando chegamos aqui ela já foi atendida. O que me chamou atenção é que o médico sempre estava avaliando ela. Eles tem um prazo de 24 horas para fazer a cirurgia, mas aqui esperaram foi 48 horas. Dois dias de espera. Eu acho que por não terem feito a cirurgia foi uma negligência. Não fizeram nenhuma ultrassom para ver como estava o bebê”, relata o pai, Leomar Torres.

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A grávida teria tomado, em todos os dias de internação, medicamentos para que o parto normal fosse acelerado, mas sem êxito. Leomar explica que os procedimentos não deram resultados favoráveis e que, mesmo assim, os médicos insistiram em executar os processos do parto humanizado.


“Depois dos medicamentos, eles aplicaram o soro, para que as dilatações melhorassem. Mas também não teve avança e minha mulher disse que ela não ia aguentar. Mesmo assim, eles continuaram. Foi quando o médico viu a médica fazer a avaliação na barriga, tocando, e disse ‘essa criança tá morrendo’, e foi aí que levaram para o centro cirúrgico já para tirar o bebê morto”, completa.


Cerca de uma hora e trinta minutos após a grávida entrar no centro cirúrgico, o Leomar conta que o médico já retornou coma notícia que a criança já não tinha mais vida. “Vou acionar os órgãos competentes. Já registrei um boletim de ocorrências na delegacia e vou querer que o caso seja investigado. Vou falar com um advogado sobre a minha denúncia no Conselho de Medicina”, finaliza.


A Direção–Geral da Maternidade Bárbara Heliodora não quis se manifestar. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que uma coletiva de imprensa será realizada para esclarecer o caso.


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