O ex-aliado do governador Sebastião Viana (PT), deputado Luis Tchê (PDT) usou a tribuna da Aleac na manhã desta terça-feira, 07, para informar que denunciará o serviço de inteligência do Governo do Acre ao Ministério Público Federal (MPF).
O parlamentar disse que gostaria de debater projetos que visam o bem estar da população, mas se sente coagido pela “arapongagem do Governo do Acre. O governador afirmou em entrevista, que todas as ligações dos secretários são gravadas”, diz Luis Tchê.
Segundo o deputado, o Guardião adquirido na gestão do ex-secretário Fernando Melo, estaria sendo usado de forma eleitoreira pelo grupo que comanda o Governo do Acre. “Diante disso é possível acreditar que estamos todos monitorados”, disparou.
Se pronunciando em nome de seu partido, Tchê destacou que “o PDT repudia esta prática do cerceamento da liberdade de expressão. É inconcebível que o governo patrocine perseguição política com os recursos que deveriam atender as necessidades do povo do Estado”.
O oposicionista disse que se sente ameaçado, coagido e vigiado. “O governo assume que monitora os secretários, mas não são apenas eles, são os jornalistas, empresários todos que são contrários a sua política. Não podemos falar ao telefone porque estamos totalmente vigiados. Por que isso?”, questiona Luis Tchê.
De acordo com o parlamentar, o sistema conhecido como Guardião deveria estar aos cuidados do MPE ou com o Judiciário, não com o Governo do Acre. “Isso é uma afronta à democracia, ao estado de direito e a constituição federal”, desabafa.
Para o parlamentar, a Constituição Federal é usada no Acre, “só para enfeitar estantes”. “O Guardião está funcionando em sua plena capacidade a serviço da política eleitoral. Que democracia é está que estamos vivendo? Os deputados juraram defender a Constituição, e nós vamos deixar isso ficar assim?”.
Denúncia de detenção de assessora parlamentar
Luis Tchê denunciou ainda, uma suposta detenção de uma assessora parlamentar de seu gabinete pela Polícia Civil. “No domingo de manhã, minha assessora foi interceptada em sua casa e levada para depor na Polícia Civil. Os policiais diziam que eu teria dito que o telefone de Marcus Alexandre e do governador teriam sido grampeados pela Polícia Federal”.
Revoltado pela suposta arbitrariedade, o deputado destacou que vai procurar auxílio das autoridades federais, contra os atos políticos financiados com o uso das instituições.
“Vou ao MPF pedir providências. Não sei se é porque mudei de lado, que essas coisas estão acontecendo, mas a questão não vai ficar impune. Estou sendo vigiado e coagido, mas comigo isso não vai funcionar. Quero fazer um debate político, mas desta forma não vou aceitar. De que forma eu teria informações que PF teria grampeado telefones? Será que não posso fazer política, não posso expressar minhas vontades?”, finaliza Tchê.
O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) não se alongou no assunto e afirmou que se pronunciará sobre a questão, na sessão de quarta-feira, 08. O comunista disse ainda, que qualquer pessoa que se sentir violada em seus direitos e tiver provas, poderá procurar a Justiça, para que assegure providências legais.
Ray Melo,
da redação de ac24horas
[email protected]