Jairo Carioca – da redação de ac24horas
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Dona Francisca da Conceição procurou a reportagem do ac24horas para dizer que perdeu a consulta do filho, Luiz Fernando da Silva Marculino, que deveria acontecer no último dia 31 de julho, no Hospital ICAM em Manaus (conforme agendamento áereo). Seguindo orientações da assistente social do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) “eu fui retirar os bilhetes, mas chegando lá ninguém achou o laudo médico do meu filho e nós perdemos a consulta”, relatou.
Segundo a mãe do garoto, os servidores do TFD reviraram as prateleiras e arquivos de cabeça para baixo e no final da tarde do dia 26 de julho, ela foi convidada a voltar para casa como se nada tivesse acontecido. “Isso era uma sexta-feira, eu deveria embarcar no domingo e consultar meu filho na quarta”, acrescentou.
Uma semana depois, sem nenhuma notícia sobre a viagem e com o agravamento do quadro clínico do filho ela resolveu tornar o caso público. O filho de dona conceição sofre de constipação intestinal funcional – diminuição da frequência das evacuações – e de acordo o laudo médico, deve passar por uma intervenção cirúrgica urgente.
“Eu procurei várias televisões e ninguém ajudou meu filho. Ele não dorme direito com tanta dor, já não sei mais a quem devo recorrer”, desabafou dona Conceição.
Conforme documentos apresentados por dona Conceição, até uma casa de apoio, a Casa do Imigrante Jacamim, em Manaus, já havia sido indicada para hospedagem dela e do filho. A dona de casa disse que não sabe explicar como de uma hora para outra tudo ficou tão misterioso.
“Até hoje não recebi nenhum telefonema explicando o que aconteceu”, concluiu.
O OUTRO LADO
A reportagem procurou a gerente do TFD no Acre, Ediná Monteiro. Por telefone ela disse que o laudo médico de Luiz Fernando não foi perdido. “O laudo foi repassado para outro especialista que estuda a possibilidade de resolver o problema em Rio Branco sem a necessidade de tratamento fora de domicílio”, esclareceu.
Ainda de acordo Ediná, a determinação do governador Sebastião Viana é de salvar vidas, “mas que se pudermos evitar o TFD e trazer profissionais para atender em Rio Branco, um número até maior de famílias, que façamos. Ele pede prioridade no tratamento ao paciente próximo de sua família”, explicou Ediná.
Ficou turvo a desistência do órgão em cima da hora de transferir o paciente e a acompanhante. A gerente disse que o caso foi explicado para o pai do menino [que mora em São Paulo] através de telefone.
Para dona Conceição, tudo é desculpa “já que a assistente social deixou claro que o tratamento do seu filho só existe fora do Acre”.
Ainda de acordo Ediná, ainda hoje o especialista vai dar um novo diagnóstico e dizer se o caso de Luiz Fernando será tratado em Rio Branco. A reportagem vai acompanhar o caso.