Por Luiz Calixto
Não restam dúvidas que o presidente Michel Temer montou uma equipe de craques nas posições estratégicas.
Nos demais setores, as demandas políticas dos partidos o obrigaram a escalar um monte de pernas paus.
O importante é que na área econômica, na previdência social, no Banco Central, na Petrobras, no BNDES e nos bancos públicos foram escalados os “Neimars” e os “Messis” do mercado.
Todos eles têm na ponta da língua a receita dos remédios amargos que precisam ser prescritos para tirar o Brasil da série D. Se tudo der certo o time ganhará de goleada
Todavia, o rombo herdado das administrações de Lula e Dilma está acumulado em cerca 200 bilhões de reais e para virar esse jogo Michel Temer não terá outra jogada senão cortar drasticamente despesas e aumentar as receitas.
Joaquim Levy, ministro da ex-presidente Dilma, também é um craque. O problema é que o coitado pegou rasteiras e chutes na canela dos próprios aliados e foi para o banco de reservas antes do jogo acabar.
Ofegante, a torcida aguarda por preços e empregos fora da linha do impedimento, enquanto a galera adversária faz figa para tudo sair errado.
No entanto, para o esquema tático dar certo é preciso combinar antes com os russos.
Se já tinham “combinado com os russos” foi a pergunta sarcástica feita por Mané Garricha ao seu técnico depois de receber dele todas as instruções para liquidar o time soviético.
Garrincha tinha certeza que quando fosse pra cima dos russos levaria sarrafo de tudo quanto é jeito.
Da mesma forma, todas as medidas, amargas de travar os dentes, precisam ser aprovadas no Congresso Nacional e os russos, neste caso, são os nossos deputados federais e senadores.
Resta saber se o escrete de aliados do presidente terá preparo e disciplina suficientes para dividir a bola e levar cotoveladas do povo, dos sindicatos e centrais para aprovar mudança nas regras da aposentadoria e na recriação da CMPF.
Votar a favor do impeachment foi moleza e mais fácil que jogar contra um time sem goleiro.
Caso o time demore a fazer os gols esperados, a cabeça do técnico vai rolar mais rápido do que se possa imaginar.
Fato é que a situação é tão grave que se na próxima década o país subir da série D para segunda divisão isso equivalerá a um título de campeão do mundo.
*Calixto é servidor público e ex-deputado estadual