Por Luiz Calixto
O mal de quem nunca pegou no pesado ou já herdou tudo pronto é não dar valor nenhum para eficiência, para economia e para futuro.
Esse tipo de gente ou gestão só faz bonito enquanto as torneiras jorram sem parar.
Isso se aplica muito bem às administrações petistas, herdeira da organização promovida pela lei de responsabilidade fiscal e da pujança econômica patrocinada pelo plano Real.
Enquanto os cofres esborravam, tanto pelo ladrão quanto para o ladrão, não faltou dirigente petista cheio de nove horas se comportando como os verdadeiros donos do mundo, gastando recursos à torto e à direito em programas e atividades sem finalidades de interesse público.
Em linguagem do povão: como a pólvora não era deles, atiraram sem se preocupar com o alvo.
Os empréstimos “ no balde” e transferências constitucionais e voluntárias em ritmo sempre crescente garantiram a farra de muitos.
Exemplos de desperdícios tem-se aos montes e um destes foram os milhões de reais dos empréstimos contratados para financiar um capricho midiático falido representado pela TV Aldeia, cuja audiência nunca superou a marca de 0,5%.
Em certas épocas centenas de carros foram alugados, não pela necessidade do veiculo, tão somente para arranjar um bico para os contratados pagarem o empréstimo junto as financeiras
Agora a fonte secou e a festa acabou.
O quadro é alarmante e a saída dele muito difícil.
Fato é que depois da bonança e da gastança desenfreada, veio a tempestade para arrasar as finanças do Acre.
O governador está desesperadamente contando as moedas para poder honrar compromissos básicos, como manter o Pronto Socorro minimamente funcionando e a folha de pagamento em dia.
As despesas não diminuem porque o governo resiste em demitir a carrada de assessores e diretores que passam o dia vendendo beleza nas repartições e as receitas não aumentam porque toparam na falência econômica do estado.
Quem deposita suas esperanças de mudança pela eleição de um governador deve confiar seu voto naquele que tenha peito e credibilidade para cortar gastos e frear aliados. O difícil vai ser o candidato ganhar com o discurso de aperto.
*Luiz Calixto é economista,
foi deputado estadual por
três mandatos e atualmente
é Auditor da Receita estadual.