Albeci Coelho Filho
Hoje é mais um dia para entrar na história. Dilma e o PT vão cair. Vão cair não apenas pelas operações ilegais de créditos em bancos públicos, ou pela edição dos decretos suplementares sem autorização do Congresso, que são objetos do impeachment. No entanto, são apenas fragmentos de um corolário de crimes cometidos para irrigar e dar vida a seu projeto de poder. Vai cair pelo conjunto da obra, por mentir e enganar o povo brasileiro para se reeleger; por maquiar e fraudar as contas públicas; por aparelhar as instituições públicas, sindicatos e entidades de classe; por se apropriar espuriamente do bem público em beneficio próprio e partidário; por perder a credibilidade perante o povo, mercados, empresariado e comunidade internacional, tudo em função de um espúrio projeto de poder que pretende reacender conceitos e modelo de governo anacrônicos, obsoletos e limitados de uma esquerda que fracassou em todos os países onde foi testada. Vai cair porque o povo cansou da corrupção generalizada, da incompetência, das obras mal feitas, da substituição da importância das instituições por pessoas e do cinismo petista.
O julgador do impeachment, que é um agente político, jamais formaria suas convicções de voto em um julgamento dessa magnitude, que é politico-jurídico, numa bolha, sem levar em conta as circunstâncias e aquilo que o cerca, dos graves crimes cometidos pelo governo do PT. Seria surreal que ocorresse o contrário.
Será um dia histórico porque o povo brasileiro finalmente conseguirá expurgar o PT do poder! Um projeto que acreditei de início, que ajudei a construir e ajudei a chegar ao poder. Mas logo o tempo revelou a farsa, o que estava por trás daqueles virtuosos discursos, daquelas virtuosas ideias. Na verdade, eram alvíssaras que não passavam de cortinas de fumaça, lobos em pele de cordeiro para disfarçar a face de uma organização criminosa, nas palavras da PGR, que pretendia se apoderar da máquina pública e pôr em prática seu criminoso projeto de poder.
Usaram a bandeira da honestidade como armadilha para atrair as pessoas de bem, pessoas honestas e bem intencionadas que sempre quiseram o melhor para os que menos têm, para os que mais precisam da ação do estado. Mas o que vimos e assistimos atônitos foi a implantação de seus reais objetivos que, até então, eram invisíveis. O mensalão e a Lava Jato revelaram aos brasileiros a institucionalização da corrupção, divisão do Brasil em pedaços para ser saqueado, numa triste rememoração das capitanias hereditárias. Imprimiu lamentável inversão de valores da sociedade e do trabalho para privilegiar sindicatos aparelhados e seus militantes em detrimento do verdadeiro trabalhador; simulou a participação popular nas políticas públicas para falsamente legitimá-las; criou narrativas em vez de análise dos erros; financiou os movimentos sociais com o intuito de criar guerrilhas e fomentar a divisão dos brasileiros; criou e fomentou o ódio por meio da perseguição de adversários e de pessoas que pensam diferente e, sobretudo, pelos discursos de nós e eles; apoderou-se das universidades para incutir nos jovens a ideologia marxista; deteriorou as finanças públicas; tomou de assalto o país por meio do conluio entre o público e o privado, revelado pela Lava Jato; acabou com a maior empresa brasileira – a Petrobras; e levou à falência outras milhares de empresas. Tudo para enriquecer seus apadrinhados, financiar projetos pessoais e eleitorais. Roubou o sonho de desenvolvimento do país que levará décadas para se reencontrar; produziu milhões de desempregados; jogou na lata do lixo as duras conquistas da sociedade, como a estabilidade econômica, equilíbrio fiscal e a credibilidade do país perante o mundo.
A tão propalada Era Lula, que teria retirado milhões da pobreza, hoje vimos que não passou de factoide, marketing político, próprio de regimes autoritários que maquiam, distorcem a verdade e constroem situações virtuosas artificiais para parecer abundância de novos tempos. Mas basta uma análise mais acurada para se perceber que Lula foi apenas um instrumento de um projeto que a PGR chama de criminoso, que nada mais fez se não distribuir recursos advindos do endividamento do Brasil por meio da venda de títulos públicos, que elevou a dívida pública ao insustentável, e agora está inviabilizando o crescimento e levando o país à recessão, com uma dívida astronômica de mais de R$ 3 trilhões. A irresponsabilidade de Lula e Dilma agora demanda metas fiscais (superávit fiscal) sufocantes ao desenvolvimento, provocando uma escalada de desemprego, porque precisa pagar mais de R$ 500 bilhões de juros anuais. Os números são frios e apolíticos, mostram que Lula e Dilma gastaram irresponsavelmente e criminosamente grande parte dos R$ 3 trilhões, oriundos da venda dos títulos públicos que endividaram o país, com corrupção, uso indevido em obras mal feitas e na irrigação de seu projeto ideológico de poder, dentro e fora do Brasil. Lula também se beneficiou, sem que nada tenha contribuído para isso, de próspero cenário mundial, onde as commodities atingiram seu ápice de valorização e inundaram de dólares os cofres do Brasil. Quando a lagoa secou, e o governo petista foi posto à prova, onde se demandou deles soluções, o pais foi à lona, quebrou, e a realidade petista veio à tona e se desnudou.
Não me iludo que o novo governo será a solução dos graves problemas produzidos pela ação nefasta do PT, mas vejo como bom sinal porque interrompe essa escalada de crimes, de corrupção institucionalizada, enfim, da destruição da Nação.
Viveremos tempos difíceis e de uma longa caminhada, porém, o primeiro passo será dado, que é a interrupção da ação desse desgoverno. Doravante, espero que haja um esforço coletivo para se iniciar um processo de reconstrução de um país desolado, arruinado e aniquilado pela ação inescrupulosa e nefasta do partido dos “trabalhadores”.
Albeci Coelho Filho possui especialização em políticas publicas e gestão estratégica