Presa nesta segunda-feira, 09, pela Polícia Federal do Acre, a prefeita Maria Barroso (PROS-AM), do município de Pauini, no Amazonas, que fica a um dia de barco de Rio Branco, está presa no presídio Antonio Amaro Alves. Ela é acusada de chefiar uma quadrilha que desviou R$ 15 milhões da Educação e Saúde.
Segundo as investigações, Maria Barroso comprou 500 bolas para uso na única quadra esportiva da cidade e autorizou pagamento de R$ 1.870 para lavagem de um único micro-ônibus. Há, ainda, favorecimento a empresas ligadas à prefeita. Outra denúncia fala de documentos que teriam ido falsificados. Maria não fez prestação de contas dos gastos.
Os desvios nas áreas de Saúde e da Educação são estimados em R$ 15 milhões pela PF e em R$ 14 milhões pela Controladoria. Diversas ambulâncias, que deveriam ter sido colocadas à disposição da população, foram desmontadas e tiveram as peças comercializadas por um dos secretários da prefeita. A cidade está abandonada, disse a PF.
A Polícia Federal também revelou que profissionais da área de saúde, que atendiam como médicos, foram contratados sem o registro no Conselho Federal de Medicina, o que é crime e coloca a população em risco. Até um militar foi flagrado realizando cirurgias em pacientes.
“A maioria desses profissionais irregulares foi contratada pela prefeitura, recebendo um salário médio de R$ 20 mil, fato que está sendo investigado pela PF, que deve suspender as atividades de todos os médicos que exercem ilegalmente a profissão na cidade.”
Ao todo, 49 mandados judiciais foram executados. Destes, apenas quatro foram cumpridas no Acre, sendo todos de busca e apreensão: Brasiléia (1) Epitaciolândia (1) e Rio Branco (2). Cinco medidas cautelares afastaram os gestores das funções públicas. A investigação contou com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU).