Quem precisa do serviço público de Saúde sabe o quão demorado é conseguir uma cirurgia. Não foi diferente com a agora desempregada Maria das Graças Maia, de 40 anos, que vive em Brasiléia, município distante 232 quilômetros da Capital Rio Branco. Ela sofre com problemas uterinos e tem hemorragia há dois anos. No hospital, o médico não classificou a cirurgia como de urgência.
Segundo a mulher, o agendamento já é esperado desde dezembro. “Olha, desde lá que eu espero essa cirurgia, e nada até agora. Tenho hemorragias, e isso chega a durar até vinte e cinco, vinte e seis dias”, disse ao confirmar que acredita ser um descaso a situação que está sendo colocada. Maria das Graças precisa fazer uma histerectomia.
Maria conta que já chegou a tomar sangue por conta da hemorragia e que, para a cirurgia, seria necessário ao menos seis bolsas, o que, segundo ela, já foi conseguido. “Se alguém se sensibilizar, por favor, me ajude. Eu preciso da ajuda das pessoas. Já fui na Central de Agendamentos, mas até agora não deram nem data para a cirurgias”, conta a mulher ao pedir ajuda da população.
“O que eu quero é me tratar. O melhor seria fazer a cirurgia pela vagina, que o resguardo era de um mês. Não interessa se quer fazer até pela barriga, porque o que me importa é fazer meu tratamento. É um procedimento delicado, o médico me explicou, mas preciso dessa cirurgia. Tenho medo de adquirir a leucemia, por conta da hemorragia”, lamenta a paciente.
O Hospital das Clínicas (HC), por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), confirmou a espera e disse que isso ocorre porque o médico que atendeu Maria das Graças não indicou o procedimento como uma prioridade, portanto, a paciente estaria na lista de espera sem critério mais específico e assim deve continuar, como os demais usuários. O ac24horas vai seguir acompanhando o caso.