Quem pensa que o clima de insegurança é somente fora dos quartéis está redondamente enganado. Infiltrações, rachaduras e obras mal feitas são os principais problemas enfrentados por quem é responsável por oferecer nossa segurança nas ruas. Essa é a realidade da maioria dos quarteis no estado do Acre, levada através de um relatório para o Ministério Público Estadual com pedido de interdição dos prédios.
O mais grave deles, apontado no documento entregue na tarde ontem pelo sargento PM Silva Neto a Promotoria do Patrimônio Público, é o Quartel do município de Porto Acre, que segundo os militares, a qualquer momento pode cair e causar sérios danos aos profissionais que utilizam a estrutura.
O problema não é de agora, no caso do Quartel da PM no município de Porto Acre, desde 2012 que os militares chamam a atenção das autoridades para resolver a situação. “Cansamos de esperar por providências do governo”, disse o vice-presidente da AME, Sargento Silva Neto.
Situação semelhante é enfrentada pelos militares de cidades mais isoladas, como no município de Porto Walter, mas a associação denunciou também as condições insalubres do quartel em Senador Guiomard, Tarauacá e Feijó.
“Em Feijó o quartel da PM funciona em uma sala que mede 4 x 5, junto com o IAPEN e a Policia Civil”, acrescentou Silva Neto.
O tema foi alvo do debate da campanha de 2014, quando o governo após receber duras críticas da oposição, anunciou investimentos de meio milhão de reais para reformas dos quarteis. Mas segundo o presidente da AME, Joelson Dias, “mesmo com promessa de recursos do BNDES e de emendas parlamentares, nada saiu do papel”.
O OUTRO LADO:
Procurado, o Coronel Oliveira informou que até o início do mês de maio as obras de reforma do Quartel da PM em Porto Acre serão iniciadas. Segundo a PM, uma captação de recursos foi solicitada junto ao BNDES e encontra-se em fase final de análise.
“Serão doze quarteis que estão nesta lista de reforma e a construção do 3º Batalhão na Baixada”, acrescentou Oliveira.
Ainda segundo a PM, a licitação já está concluída. A AME informou que caso as reformas não aconteçam, a instituição continuará recorrendo ao Ministério Público Estadual.