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O jornalismo segundo o apóstolo… deputado!

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Para quem descumpri as leis, qualquer tipo de jornalismo é maléfico. A questão nem chega a ser apenas de escutar os dois lados, mas de falar a verdade quando o político vai apresentar sua versão. O que não é o caso de nossos amados representantes, que fazem jogatina de forma baixa e rasteira, usando muitas vezes a bíblia como escudo para se esconder de seus desvios de conduta.


Acho, que para alguns de nossos parlamentares, falta até óleo de peroba para lustrar suas caras de pau. Como se tivessem enganados, deputados usam de artifícios para se manter em evidência, como é o caso do uso de concessões públicas, por alguns “ingênuos” parlamentares, que apregoam que não sabiam que estão desobedecendo a Constituição Estadual.


Mas, vamos voltar à questão do jornalismo. Para alguns políticos, a notícia autêntica e verdadeira é aquela que ele aparece aplaudindo entrega de casas, bajulando governantes em comitivas oficiais que entregam pequenos apetrechos para pessoas pobres e dizem que é geração de emprego, além de usar pessoas isoladas para justificar superfaturamento e desvio de dinheiro em obras públicas.

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Nossa como o jornalismo do Acre é isento. Temos âncoras de programas de jornalismo que pertence a bancada governista. Já imaginaram eleitores, se o governador não gostar de mostrar que sua cidade está com altos índices de violência? Se a divulgação de atos de corrupção de aliados não forem de vontade do administrador? E se o governante não quiser que seja revelado o desvio de recursos? Como fica o jornalismo nesta hora?


A santa isenção do apóstolo deputado, que já brigou para ser governista, inclusive rompendo com o empresário que proporcionou sua primeira eleição, é comovente. Como é bom manobrar as pessoas pela telinha da TV, se utilizando de um fantoche que não pode ser processado pela Justiça Eleitoral, para expressar seu amor pela coligação que lhe proporciona vantagens políticas.


Mudanças de paradigmas são sempre louváveis, principalmente quando se fala de linha editorial. Como seria bom ver um veículo de comunicação isento em nosso Acre. Como seria bom ver velhos ratos que sempre viveram de propinas de políticos fazendo jornalismo com ética. Como seria bom ser extirpada das redações, a cultura deixada por Rociberg Leandro, o homem da “jiriquita”. Mas, como sonhar é possível, vamos apostar.


Aposto inclusive, que velhos vícios de vender matérias ao vivo acabem. Que a cura do jiriquiteiro aconteça como em um centro de recuperação de dependentes químicos. Vai ser uma grande vitória ver os espaços sendo distribuídos de forma igualitária nestes veículos de comunicação. Ver a defesa ser feita depois da acusação, já que atualmente o telespectador e o leitor, muitas vezes não sabem do que os políticos de situação estão se defendendo.


Agora, sobre inveja de ser um deputado pau mandado, digo que isso, eu nunca tive. Tenho inveja  de pessoas de postura corretas e integras; que não se vendem por um punhado de cargos; que não são usadas como papagaio de pirata, trocando abraços falsos e sorrisos amarelados com as pessoas que atacava e criticava em busca de vantagens.


Voltando a falar do jornalismo do apóstolo…deputado. Aquela verba da mídia, disputada com unhas e dentes pelos empresários de comunicação, é constitucional. Não precisa ser isento apenas para o lado de quem ocupa a administração pública. Mostrar as críticas da oposição faz parte do bom jornalismo, fato que não acontece atualmente. Vou encampar que o telespectador e o leitor recorram ao Ministério Público Estadual.


Outra aberração é misturar fé com jornalismo, fé com política e a salada pior de todas: fé + jornalismo + política = demagogia em nome de Jesus.  Voltando a falar do novo jornalismo que está sendo implantado em um complexo de comunicação, ancorado pelo homem de Deus. Que seja finalmente, a forma tão sonhada pela população, de tratar a notícia, mostrando as denúncias da população e a reposta das autoridades.


Muita sorte aos três mosqueteiros, D’Artagnan e o fantoche apaixonado pela Frente Popular, na difícil tarefa de fazer a diferença no jornalismo local.


Ray Melo é jornalista de ac24horas


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