Gleydison Meireles, da redação do ac24horas
[email protected]
A crise que tomou conta do sistema de segurança pública do Estado parece não ter fim. Na madrugada de quarta para esta quinta-feira (28), o preso “flagranteado” por furto, Rafael Pereira Filho conseguiu fugir de dentro de uma viatura da Polícia Civil, algemado.
O caso aconteceu após o preso sair da delegacia, algemado, acompanhado de apenas um agente para ser feita a comunicação de sua prisão a familiares e para certificar o endereço. Durante o trajeto até a casa do acusado, Rafael Pereira conseguiu puxar o freio de mão da viatura, quase causando o capotamento do veículo e depois conseguiu abrir a porta da viatura e fugir.
A comunicação de prisão aos familiares é um direito constitucional garantido ao todo e qualquer cidadão preso. De acordo com informações repassadas a reportagem de ac24horas por agentes de polícia que por motivos óbvios pediram para não serem identificados, a fuga de Rafael Pereira é resultado da falta de estrutura da Polícia Civil.
“Somente no período noturno de quarta-feira (27) houveram cerca de cinco flagrantes e pelo menos outras duas dezenas de casos de pequeno vulto, mas que geram uma demanda muito grande de acusados recolhidos as celas da Defla, por conta disso não há como disponibilizar dois ou três agentes para fazer esse serviço de comunicação aos familiares dos presos. Ontem o agente para não ver o trabalho da Defla atravancar por conta dessa falta de estrutura expôs sua vida em risco, saiu sozinho com um preso e agora certamente vai ser levado a corregedoria por conta dessa fuga”, disse o agente.
A Delegacia Central de Flagrantes (Defla) está atendendo apenas na 1ª Regional (Cadeia Velha), e em 25 dias de funcionamento já foram realizados 108 flagrantes e mais de 400 procedimentos realizados (TCO), o que dá uma média de quatro flagrantes por hora.
“Trabalhamos aqui no limite, apesar de nossos gestores negarem publicamente que não há crise dentro da Polícia Civil essa crise existe e está minando a segurança pública acreana. Falta gasolina, falta copos descartáveis e muitas vezes até papel higiênico, isso é um absurdo”, desabafou o policial.
A reportagem procurou entrar em contato com a Polícia Civil por meio de sua assessoria de imprensa, mas todas as ligações para o telefone do assessor da PC foram desviadas para a caixa postal.