Em pronunciamento nesta terça-feira (26), o senador Anibal Diniz (PT-AC) defendeu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 556/2002, que concede aos soldados da borracha os mesmo direitos concedidos os ex-combatentes brasileiros na Segunda Guerra Mundial, como a concessão de pensão especial, entre outros. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.
Os seringueiros que atuaram como soldados da borracha foram, em sua grande maioria, nordestinos pioneiros que, alistados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, trabalharam na colonização do estado do Acre, no esforço de guerra, entre 1942 e 1945, para suprir as tropas aliadas com a borracha, muito utilizada em equipamentos militares.
Muitos deles já morreram e não tiveram o reconhecimento oficial do Estado, caso de dona Vicenza Bezerra da Costa, que faleceu no último dia 21, em Xapuri, lamentou Anibal Diniz.
Conhecida como tia Vicenza, ela chegou ao Acre aos 14 anos, em meio à campanha de guerra e ocupação da Amazônia empreendida na década de 40 pelo governo brasileiro, contou Anibal Diniz.
Como grande parte dos nordestinos arregimentados pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia, Vicenza viu as famílias viajarem amontoadas a bordo dos navios do Lloyd, acompanhados de caça-minas e aviões de guerra.
De acordo com alguns historiadores, entre os quais o professor da Universidade Federal do Acre, Pedro Martinello, em seu livro A Batalha da Borracha, cerca de 60 mil pessoas foram enviadas aos seringais da Amazônia entre 1942 e 1945. Desse total, quase metade morreu por causa das precárias condições de transporte, alojamento e alimentação durante a viagem, além de fatores ligados ao ambiente extremamente hostil da região.
A PEC 556/2002 foi apresentada pela então deputada Vanessa Grazziotin, hoje senadora pelo PCdoB do Amazonas.
Agência Senado