Uma das belezas e graças do futebol, como se costuma afirmar nas mais refinadas rodas da malandragem, diz respeito à falta de lógica de alguns resultados. É só um time mais forte perder de outro mais fraco que o raciocínio volta com força total. Da falta de lógica é que nasce a “zebra”!
Agorinha, nessa quarta-feira que recém passou, os torcedores brasileiros tiveram um ótimo exemplo dessa falta de lógica que perpassa o futebol de vez em quando, por ocasião da derrota do São Paulo para o boliviano “The Strongest”, no Pacaembu, pela Libertadores da América.
Por nenhum lado que se refletisse previamente sobre esse jogo, por mais idiota que fosse o analista, se poderia imaginar que o São Paulo sairia de campo derrotado. Além da categoria inferior dos jogadores bolivianos, eles jamais haviam vencido uma partida jogando aqui no país tropical.
No final das contas, porém, embora a zebra não seja, necessariamente, um animal originário da América do Sul, o que restou para os são-paulinos foi uma tremenda desvantagem para seguir na competição. Aos bolivianos sobreveio uma façanha em altíssimo estilo!
Essa falta de lógica, no entanto, quer me parecer, só acontece em situações específicas: uma partida aqui e outra ali. Quando a competição é disputada em turno e returno, com pontos corridos e outros detalhes que levam em conta a regularidade, a zebra é tão somente uma fantasmagoria.
Os campeonatos regionais são situações perfeitas e acabadas dessa minha argumentação. Os times considerados grandes acabam se digladiando, ainda que tropecem uma ou outra vez. Normalmente, salvo algumas exceções, os grandes fazem a final e levam o troféu pra sua casa.
É só a gente olhar as estatísticas que se chega a essa conclusão. No Rio Grande do Sul, quantos títulos os times do interior já conquistaram? Em Minas Gerais, quem bancaria apostas contra o Cruzeiro e o Atlético? Tudo igual ao que acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro. Igualzinho!
Pois muito bem. Essa conversa toda até aqui foi só pra dizer que neste fim de semana começa mais um campeonato de futebol profissional no Acre e que os favoritos são os mesmos do ano passado: Rio Branco, Atlético Acreano e Galvez. Não exatamente nessa ordem, não exatamente.
Fora esses três favoritos, só se der uma daquelas zebras do tamanho da vitória dos bolivianos sobre o São Paulo no Pacaembu. Melhor dizendo: só se der uma zebra “maior” do que aquela dos patrícios do Evo Morales sobre o Tricolor do Morumbi. Absolutamente improvável. Aceito apostas!
