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Bancos antecipam restituição do IR com juro menor

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Com o início do prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda 2013, os bancos já começaram a anunciar linhas de crédito antecipando até 100% do valor da restituição para quem tem direito à devolução do imposto. A linha de crédito poderá ser contratada nas agências, terminais eletrônicos ou até mesmo pela internet. O cliente que quiser o empréstimo deve levar à sua agência a cópia do recibo da declaração, indicando o número da conta e da agência onde será depositada a restituição. A novidade este ano é que, em alguns bancos, as taxas de juros estão um pouco mais baixas do que no ano passado.


O HSBC abriu a antecipação nesta segunda-feira, dia 4. De acordo com o banco, será possível obter 100% da restituição, mas o valor é limitado a R$ 30 mil. O valor mínimo é de R$ 300,00. Para obter os recursos, o interessado deve indicar em sua declaração a conta corrente do HSBC para receber a restituição, e apresentar o recibo de entrega com cópia da declaração do IR no banco. O dinheiro é liberado na hora. O juro é de 2,99% ao mês e a quitação pode ser feita até 22 de fevereiro de 2014.


Para os clientes do Banco do Brasil essa nova linha de crédito foi aberta na última sexta-feira, com possibilidade de antecipação de até 100% da restituição, limitado ao valor máximo de R$ 20 mil. A taxa de juros é a partir de 2,13% ao mês. O BB informou que houve redução de até 19% na taxa de juro cobrada no ano passado para clientes que quitaram a taxa em dia. O pagamento, em parcela única, é debitado em conta corrente na data do crédito da restituição pela Receita Federal, ou no último dia útil de fevereiro de 2014, ou o que ocorrer primeiro.

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Na Caixa Econômica Federal, a linha de crédito para clientes que quiserem antecipar a restituição começa a ser oferecida nesta segunda. Para fazer o empréstimo, o interessado deve apresentar documento de identidade, CPF, comprovante de residência e recibo de entrega da declaração, onde deve constar a conta indicada para crédito da restituição. O valor mínimo é de R$ 610 e máximo de R$ 20 mil, e o empréstimo é limitado a 75% do valor da restituição. Para clientes que possuem conta salário, o valor máximo é de R$ 30 mil. A linha ficará disponível até novembro. A CEF ainda não definiu a taxa de juro, o que deve acontecer ao longo da semana.


O Itaú também já está oferecendo as linhas de restituição do IR. O juro começa em 1,9% ao mês, uma taxa menor do que no apassado, quando o juro começava em 2,6%. As linhas Credipré IR e Credi Antecipação IR (no Itaú Personnalité) podem ser contratadas até 31 de outubro. O crédito é pré-aprovado e pode ser obtido nos caixas eletrônicos, pela internet, no site do banco, ou nas agências. O limite mínimo para contratação é de R$ 500,00. O pagamento é feito em parcela única na data do recebimento da restituição ou em 16 de dezembro, o que ocorrer primeiro.


No Santander, a linha está disponível desde a última sexta-feira e vai até 31 de outubro. O valor mínimo para antecipação é de R$ 100 e o máximo é 100% do valor da restituição. Para ter acesso a este crédito, o cliente precisa indicar a conta do Santander para receber a restituição. Segundo o Santander, os juros são debitados mensalmente e a liquidação do principal ocorre no momento do pagamento da restituição do IR. Os juros iniciais no Santander caíram de 2,99% para 1,59%, dependendo do relacionamento do cliente com o banco.


No Bradesco, clientes que recebem salário por crédito em conta podem antecipar até 100% do valor da sua restituição. Os demais clientes têm direito a até 80% do valor. O empréstimo será quitado em parcela única, de acordo com a data do crédito da restituição do IR. O prazo limite de vencimento é dezembro de 2013 e o empréstimo está limitado ao valor máximo de R$ 20 mil. O juro começa a partir de 1,89%, menor do que no ano passado, segundo o banco. Para ter acesso a essa linha de crédito, o cliente deve apresentar cópia do protocolo ou recibo de entrega da declaração do IR. Caso não seja correntista, é necessário abertura de conta corrente para indicar o Banco e ter acesso à linha.


O consultor financeiro Miguel Ribeiro de Oliveira avalia que em apenas duas situações é recomendável fazer esse tipo de empréstimo. Na primeira, quando o contribuinte está endividado no cartão de crédito ou cheque especial, onde as taxas de juros cobradas, na média, ficam entre 9% e 10% ao mês.


— Nesse caso, troca-se uma dívida mais cara por outra mais barata. Em 10 meses, uma dívida no cartão de crédito, por exemplo, com juro de 10% ao mês transforma-se em R$ 2.593,74. Se a pessoa antecipa a restituição, com juro de 3,5% ao mês, por exemplo, vai pagar R$ 1.410,60 pelo empréstimo — calcula Ribeiro de Oliveira.


A outra situação, diz o consultor, é se a pessoa está sem dinheiro e terá algum tipo de prejuízo pessoal com isso.


— São situações, por exemplo, em que a pessoa não pagou a conta de luz e está na iminência de ter a energia cortada ou não tem dinheiro para a matrícula do filho, que corre o risco de perder a vaga na escola. Nesse caso, a pessoa tem como alternativa antecipar a restituição e escapar desse tipo de prejuízo pessoal. Também vai pagar juro mais baixo do que o do cheque especial — diz Ribeiro de Oliveira.


Ele lembra que a restituição do IR é corrigida pela taxa Selic. Se o contribuinte que tem direito a R$ 1.000,00 recebê-la apenas no mês de dezembro, terá em mãos R$ R$ 1.053,43.


O economista e vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, José Dutra Sobrinho, lembra que a taxa de juro da antecipação costuma ser um pouco menor até do que nos empréstimos pessoais. Isso porque a própria restituição serve como uma garantia do pagamento.


— A dívida é debitada diretamente na conta do cliente na data em que o dinheiro for creditado, o que reduz a possibilidade de calote — afirma Dutra.


O economista lembra que existe mais risco para o próprio cliente que toma o empréstimo. Considere que ele vinculou o pagamento da dívida ao recebimento da restituição em dezembro, mês da liberação do último lote de restituição. Se ficar preso na malha fina e não tiver dinheiro em conta, o banco vai debitar o empréstimo assim mesmo.

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— E aí, a pessoa começa a pagar o juro do cheque especial, além de uma multa. Por isso, é importante prestar muita atenção aos dados informados à Receita para não cair na malha fina — recomenda Dutra Sobrinho.


Fonte: O GLOBO


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