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É carnaval (outra vez)!

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De fato, não sou um folião. Até já fui um dia. Mas desisti da esbórnia de Momo quando numa quarta-feira de cinzas, há muitos anos, eu acordei com o cabelo totalmente pintado de “amarelo ovo”. Tomei um susto ao me olhar no espelho, corri para raspar a cabeça e resolvi pendurar o tamborim.


Os irmãos Orlando Sabino, Fernando Jacaré e Sérvulo Melo, entre muitos outros amigos, eram meus parceiros na festa. A fantasia de todos os anos a gente chamava de mortalha (uma espécie de lençol que descia até os pés, com um buraco para enfiar a cabeça). Total e absolutamente risível!


A cena me vem à cabeça por conta de mais um carnaval. Ouço o som que emana das ruas, assisto a animação que vem pelos canais de televisão, os blocos, as músicas de duplo sentido, os rostos escorrendo suor e algum desvario e não posso deixar de me lembrar daquele outro tempo referido.

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Imagino que tem uma porção de gente com uma história bem parecida. Gente que curtiu o carnaval por dentro, lá no salão ou na avenida, e que agora não curte mais. E tem muita gente também que jamais sequer ensaiou um passinho ao compasso de um samba ou de uma marchinha.


Tem gente até que prefere sumir do mapa, figuradamente falando, é claro, no período do carnaval. Sumir do mapa antes de qualquer repique ou do rolar de alguma água batizada. Sumir para bem longe da tentação tanto de Momo quanto de Baco. Sumir para retiros onde esses dois não entram.


A questão que me ocorre (e foi para isso que eu escrevi esses parágrafos anteriores), porém, é a de que atualmente os quatro dias do carnaval “institucional” são um hiato de menor desordem do que os demais meses do ano. Parece que o mundo está carnavalizado em tempo integral.


Vejamos, pois, alguns exemplos: bandidos na rua e cidadãos de bem presos em casa; mosquitos reduzindo o cérebro de bebês; executivos, políticos e empresários revelados como ladrões do dinheiro público; aumento e criação de novos impostos, para cobrir rombos de outrem etc.


No tocante ao futebol, que deveria ser o tema dessas eternamente mal traçadas linhas, existe maior carnavalização do que a corrupção geral que veio à tona no decorrer de 2015? Ou então, maior carnavalização do que essa onda chinesa de levar os jogadores daqui pras bandas de lá? Existe?


Eu poderia seguir dando exemplos aqui até o próximo ano. Acho, porém, que esses argumentos aí de cima são suficientes para demonstrar isso que eu chamo de “carnavalização integral”. E se eu tiver alguma razão, creio que somos hoje mais de “mil palhaços no salão”. Bem mais que isso!


 


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