*Luiz Calixto
O remédio mais eficiente para enfrentar uma crise é o exemplo sincero de austeridade.
Imagine-se na condição de credor de alguém que vive chorando miséria, mas que não perde a pose postando suas aparências e luxos no facebook.
Com o nosso governo acontece exatamente isso: da parte dele não vemos exemplos de austeridade e, por isso, falta-lhe a credibilidade necessária para exigir sacrifícios do povo.
De um lado, o governador e seus secretários derramam rios de lágrimas reclamando da crise financeira, e, de outro, despejam todos os dias carradas e mais carradas de nomeações no Diário Oficial.
Nada contra os cargos comissionados. Aliás, boa parte destes são necessários ao funcionamento da administração.
O peso são os integrantes das panelinhas partidárias que passam o dia “vendendo” beleza nas repartições.
O custo de manutenção da máquina pública é elevadíssimo.
Alguma “viva alma” pode informar qual foi até o momento a cota de sacrifício da mídia? Ou os barões da imprensa acreana continuam bamburrando como no tempo das vacas gordas?
Alguma alma penada pode dizer pra que serve mesmo a TV Aldeia e quantas pessoas manipulam o controle remoto para assisti-la?
Exemplo dessa espécie tem-se aos montes.
O fato concreto é que o governo quer o suor do povo pra manter os seus nos privilégios e no ar condicionado.
Não se tem uma notícia de um corte feita na própria carne. O fio da navalha só acerta a canela do povo.
Houvesse sinceridade e compromisso, o povo até entenderia a falta de gasolina nos carros da polícia ou a falta de nimesulida nas farmácias das unidades hospitalares.
O difícil convencer é quando falta dipirona pra curar a dor e a febre, mas sobra pra pagamento do supérfluo.
A pior notícia que se pode dar ao povo acreano é que ainda faltam 3 anos para este governo acabar.
Vamos torcer para que até lá eles não desenvolvam 4 rodinhas para levar o restinho que sobrará do Acre e deixem, ao menos, o indez para o próximo governador.
*Luiz Calixto é economista,
foi deputado estadual por
três mandatos e atualmente
é Auditor da Receita estadual.