Chegou a hora da onça beber água
Há uma lei da física que diz que, dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Só quem não conhece nem um pouco de política iria imaginar que esta “Frente Alternativa” – formada por seis partidos nanicos iria emparedar o governador Tião Viana e a Frente Popular do Acre. Como é que numa aliança pode ter dois grupos antagônicos? Não tem sentido. É muita idiotice se imaginar que esta “Frente Alternativa” foi engendrada com propósitos ideológicos e altaneiros, pensando numa política grande. Foi formada para emparedar o governo na busca de mais cargos, além das dezenas que cada um dos seus integrantes detém em órgãos estadual e municipal. Esquecem que o Tião vem das grandes lutas do parlamento nacional, neste aspecto é frio e calculista. Começa agora a fase de depuração para saber quem vai permanecer na FPA. Não apostem um centavo furado em uma rebeldia continuada dos nanicos sem causa.
“Ele está expulso da Frente Popular”
Perguntei ontem ao governador Tião Viana se haveria uma hipótese de uma conversa com o dissidente deputado Eber Machado (PSDC). Foi taxativo: “nenhuma. O senhor Eber está expulso da Frente Popular. Quem não quer mais a sua companhia na FPA sou eu e ponto”.
Tentativas rechaçadas
Todas as tentativas feitas ontem para uma reaproximação foram rechaçadas pelo governador.
Não vai haver prolongamento
Pelo que me disse o governador Tião Viana não vai haver prolongamento do impasse com os integrantes da “Frente Alternativa”, quem permanecer ao lado do deputado Eber Machado (PSDC) é porque quer ser adversário do governo e assim será tratado.
Matar logo a conversa
O governador Tião Viana quer matar logo a conversa, sabe que quanto mais a discussão for estendida mais conturbada ficará. “Temos que saber com quem vamos contar para 2016, e o momento de saber é este”, disparou um dirigente petista para a coluna.
Café no bule
Daqui para frente vamos ver quem tem café no bule, porque o governador Tião Viana praticamente definiu o seu modo de ação; quem quiser ficar contra será visto como adversário do governo e assim será tratado. Assim é a política.
O jogo está jogado
O governador Tião Viana está tão decidido a acabar logo com o impasse que, ontem, durante a reunião em que estavam PT-PCdoB-PTB-PSB-PSL-PV-PROS-PHS, foi muito frio: “vamos ganhar a eleição com este grupo”, na base do quem não quiser vir que fique como adversário.
Os sete que não são sete
Na prática a “Frente Alternativa”, formada por seis partidos era para ter sete deputados, que poderiam influir na governabilidade, na eleição municipal e na escolha do presidente da Aleac, junto com a oposição. Mas esta unidade é só no número frio e não se aplica na prática
Vamos por parte
Dos sete deputados, o Josa da Farmácia (PTN) pediu para tirar seu nome do grupo. A deputada Juliana (PRB), cujo partido se recompôs com o governo é outro nome fora. O deputado André da Farmácia (PRP) tem a mulher numa diretoria e vários parentes em cargos de confiança. Vai brigar com o governo? O mesmo acontece com o deputado Raimundinho da Saúde. Heitor Junior e companhia limitada. É uma lógica: ou se é aliado ou não se é aliado.
Não entendo esta lógica
Não consigo entender e não aceito a lógica de que, quem está mamando nos cargos de confiança do governo possa tomar posições conflitantes contra o governo. Se querem ser independentes terão antes que entregar os cargos, porque é assim que funciona a política.
Tem que vir para o confronto
O mesmo petista disse que o prefeito Marcus Alexandre também terá que vir para o lado do governador neste confronto, demitindo todos os que foram indicados pelo deputado Eber Machado (PSDC), sem meio termo.
Vamos primar pela sinceridade
Esta “Frente Alternativa”, no fundo embutia somente um objetivo, o de forçar o governo a liberar mais cargos para a indicação de mais afilhados, além dos que já indicaram nas secretarias, diretorias, estadual e municipal. Não venham me convencer de algo diferente.
Ou outro lado da medalha
Enquanto acontecia ontem toda esta confusão, conversava com alguns colegas no térreo da Assembléia Legislativa, quando com toda minha experiência disse que ninguém se admirasse se um por um fossem se recompor com o governo. E foi só entardecer para isso se confirmar.
A badalada das 18 horas
Exatamente às 18 horas de ontem entraram no gabinete da Casa Rosada o presidente do PDT, deputado Luiz Tchê, o presidente do PTN, Francimar Asfury e o presidente do PRP, Julinho, para hipotecar solidariedade ao governador Tião Viana. A reunião foi recheada de elogios. Por mais incrível que possa parecer, o mais afinado e alegre entre todos era o presidente do PDT, Luiz Tchê, que coordenou o encontro e o maior defensor de que tudo terminasse entre abraços e elogios. Os nanicos rebeldes (nem tanto) saíram felizes e dando vivas ao governo.
Batalha pela presidência
No domingo chega na Capital um representante da direção nacional do PSDC, para decidir se será mantido o atual presidente José Afonso, que caiu em desgraça, ou se o novo presidente virá do grupo do deputado Eber Machado (PSDC), que deve indicar Gleison Menezes.
Baixaria como recheio
A reunião deverá ter como prato principal baixaria como recheio, com farto material contra José Afonso e contra o deputado Eber Machado (PSDC). Se o grupo de Eber ficar com a presidência, o presidente José Afonso e o vice Osmir Lima deixarão o partido. E vice versa.
Grupos distintos
O PSDC tem hoje dois grupos distintos: um formado pelo deputado Eber Machado e o empresário Gleison Menezes e outro por Osmir Lima e José Afonso. Osmir e Afonso são acusados de terem emitido uma nota a favor do governador sem os consultar.
Não fique surpreso
Parece que já estou vendo o final desta novela mexicana. Todos os integrantes da falida “Frente Alternativa” farão uma recomposição com o governo e o deputado Eber Machado (PSDC) ficará isolado. O Eber não fique nem um pouco surpreso se isso vier a ocorrer.
Distante da confusão
Quem procurou se manter distante da confusão foi o prefeito Marcus Alexandre, que evitou até aprofundar comentários nas entrevistas. Marcus sabe que terá uma eleição difícil no próximo ano e por isso está evitando ao máximo procurar criar arestas.
Oposição é o caminho
Conversava ontem com alguns deputados da base do governo e todos foram unânimes que restará ao deputado Eber Machado (PSDC) formar na oposição, depois da declaração do governador que o quer longe da FPA. É possível que se junte ao grupo do senador Gladson Cameli (PP).
Eleição sem favorito
Até aqui a vereadora Fernanda Hassem (PT) era tida como ampla favorita para ganhar a prefeitura de Brasiléia, mas com a entrada do vereador Joelso Pontes (PP) como candidato a prefeito, a disputa passa ser equilibrada, por serem dois políticos bem avaliados.
Tem que ter este componente
Fala-se muito em nomes para ser o vice na chapa do prefeito Marcus Alexandre, mas não se fala em critérios. O principal deles é que seja da confiança do Marcus, porque não há nada que jogue mais uma administração para baixo do que um prefeito e um vice brigando no mandato.
Vice do PP
Em Rio Branco tudo caminha para que o PP declare apoio à candidatura da deputada Eliane Sinhasique (PMDB) a prefeita e indique o seu vice, sendo o que vai pesar mais nesta decisão será como se posicionará a candidata do PMDB nas pesquisas.
Tanto faz
Perguntei à deputada Eliane Sinhasique (PMDB) como vê a questão de várias candidaturas para a prefeitura da Capital. Foi pragmática: “pode cada partido lançar o seu nome e deixar o povo decidir, para mim tanto faz ter vários ou apenas um candidato na oposição”.
Embaixador da paz
As apostas eram todas que o presidente do PDT, Luiz Tchê, seria o coordenador da rebelião dos partidos nanicos contra o PT. Errou quem apostou nisso. Tem atuado como bombeiro para tentar apagar as labaredas e já é visto pelos petistas como uma espécie de embaixador da paz.
Uma gestão equilibrada
Considero a gestão do atual presidente do PT, Ermício Sena, como conciliadora. Conversa com todo mundo, atende bem a imprensa, defende o partido quando necessário, tudo sem ranço.
Elogios à bajulação
O deputado Chico Sombra (PDS) era um dos mais ardorosos defensores do governador Orleir Cameli na tribuna da Assembléia Legislativa. Seus discursos eram sempre enaltecendo os feitos governamentais. Cansado de ouvir tantos elogios, o deputado Vagner Sales (PMDB), resolveu lhe provocar: “vou lhe dar a taça de maior puxa-saco do governo ao fim desta legislatura”. Sombra alisou o bigode, e respondeu: “meu pai me ensinou que é melhor puxar saco, que rende mais, do que puxar carroça”. E Sombra ficou até o fim do governo transformando o Orleir Cameli em Deus.