A ação de uma quadrilha no Bairro Recanto dos Buritis tem mobilizado o Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC), por meio da Coordenadoria Criminal (Cordcrim) e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), juntamente com a Polícia Militar na atuação de medidas para erradicar a criminalidade na região. Essa semana, dois policiais militares sofreram atentado de morte: um sargento foi alvejado com um tiro e outro foi vítima de uma emboscada dos criminosos em sua casa. O Ministério Público já instaurou um procedimento de investigação da quadrilha e vai pedir a prisão dos envolvidos.
Na manhã de hoje (28), o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, major Denilson Lopes, e o tenente coronel do Comando de Policiamento Operacional (CPO1), Mário César, estiveram no Ministério Público para apresentar um relatório da situação vigente na região. “É notável a preocupação do MP em solucionar as questões relativas ao crime organizado”, destaca o major Denilson.
A PM elaborou ainda um plano de ação para efetuar a saturação, o monitoramento do bairro, a instauração de procedimentos criminais e a legitimação de uma ação investigatória para prender todos os criminosos. “Estamos dando todo apoio à atividade da policia. Juntos, pretendemos coibir as ações criminosas dessa quadrilha que está aterrorizando a comunidade do Recando dos Buritis e redondezas com furtos, ameaças de morte, homicídios e tráfico de drogas”, enfatiza o coordenador criminal do MP/AC, procurador de Justiça Oswaldo D’Albuquerque.
Segundo a promotora de Justiça e integrante do Gaeco, Marcela Ozório, o MP vai requisitar a instauração de um inquérito policial na Delegacia de Combate ao Crime Organizado. “Naquela região, impera a lei do silêncio. Vamos apurar a situação e tomar as medidas necessárias para conter essa onda de violência”.
Após as incidências criminais na região, a PM intensificou o monitoramento no bairro, o que tem despertado revolta nos criminosos. “A quadrilha está sendo impossibilitada de exercer suas atividades criminosas e tem investido contra os policiais”, afirma o procurador, que garantiu a mobilização do MP na luta pela garantia dos interesses de bem-estar e segurança que devem ser disponibilizados à sociedade.
Segundo major, a polícia não pode pedir permissão a traficante para entrar numa comunidade
Na última terça-feira, um sargento conseguiu sair ileso após uma emboscada. “Alugaram uma casa ao lado da dele para monitorar e acompanhar sua rotina”, conta o major. “A gente não vai permitir que exista um bairro em Rio Branco onde a polícia tenha que pedir autorização a traficante para entrar ou uma comunidade onde um policial não possa morar”, acrescenta.
A presença da polícia no local acabou impedindo a ação criminosa da quadrilha. Desse forma, pretende-se proporcionar a segurança da comunidade, bem como dos policias ameaçados que moram no bairro. Há ainda informações de que moradores estariam sofrendo ameaças e coação para participarem de movimentos contra o policiamento intensivo na região. “Enquanto todos os bairros requerem mais policiamento, no Recanto dos Buritis a comunidade é coagida a afirmar que o policiamento está exagerado. Qual seria a real intenção em tirar a polícia de um bairro onde existe grande ocorrência de tráfico de drogas e assalto?”, questiona o major.
De acordo com o tenente coronel Mário César, a PM tem utilizado viaturas de outras regionais para realizar policiamento especifico no bairro 24 horas por dia. “Há urgência em combater a atuação da quadrilha devido à ousadia de emboscar policiais e enfrentar o poder público”.