A presidente do Sindicato dos Bancários do Acre (Seebac), Elmira Farias denunciou na manhã desta segunda-feira, 10, que a gerente da Caixa Econômica, agência centro, Adeilza Cássia Nascimento e a estagiária identificada como Tailine, teriam sofrido agressões físicas por parte da juíza Maha Manasf e Manasf, da Vara de Execuções Penais.
Segundo a presidente do Seebac, Elmira Farias, a confusão teria iniciado quando a gerente, Aldilza Cássia tentava explicar que o banco não teria como atender as pessoas que esperavam fora da agência, já que a maioria dos servidores ainda estava em greve. Foi quando supostamente a juíza teria se exaltado e agredido a gerente a estagiária.
“A juíza derrubou a gerente no chão e torceu violentamente o braço da estagiária, exigindo que fosse atendida. A gerente ficou com problema em um dos dedos e vai registrar boletim de ocorrência, já a estagiária foi fazer exame de corpo de delito e em seguida foi levada para sua residência por parentes”, afirmou Elmira Farias.
De acordo com a sindicalista, o atendimento reivindicado pela juíza Maha Manasf e Manasf, não seria para ela, mas para a filha que estava em sua companhia. “Ela [a juíza] queria entrar para fazer uma operação bancária para sua filha. O problema foi à forma com que ela tratou os funcionários do banco, agindo de forma truculenta e querendo impor autoridade na base da força”, enfatiza Elmira.
A sindicalista informou que a polícia foi chamada pela juíza que exigia atendimento diferenciado dos demais clientes. “A juíza Maha chamou a polícia que pediu para que os funcionários da Caixa fizessem o atendimento imediato, o que foi feito, deixando o resto da população sem atendimento. O direito de greve não foi respeitado”, desabafa Elmira Farias.
Juíza nega agressão e afirma que não usou o cargo de magistrada para forçar atendimento
A reportagem procurou a juíza Maha Manasf, na Vara de Execução de Penas e medidas Alternativa, para colher sua versão sobre os acontecimentos da supostas agressão a gerente da Caixa Econômica, Adeilza Cássia e da estagiária Tailine, mas a magistrada se encontra de férias até o dia 27 de outubro, e os funcionários do órgão público afirmaram que ela não atenderia “ninguém neste período”.
Mesmo com a negativa dos servidores procuramos a assessora de comunicação do Tribunal de Justiça do Acre, Letícia Mamed, que entrou em contato com a magistrada. Segundo Letícia, a juíza Maha Manasf procurou o atendimento da Caixa Econômica para resolver problemas ligados ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
A magistrada teria procurado a unidade bancária por ser o último dia de recebimento de documentação relacionada ao Fies. Ao chegar a Caixa e procurar o atendimento foi informada que não haveria atendimento, já que o atendimento estava completamente paralisado. Segundo Letícia Mamed, em nenhum momento Maha Manasf se utilizou da prerrogativa de ser magistrada para receber atendimento.
“A juíza Maha Manasf se dirigiu a gerente para perguntar se os 30% dos serviços previstos em lei não estavam sendo cumpridos, mas a gerente afirmou que nem 10% nem 30% e nem 30% de atendimento estaria sendo feito pelos funcionários da Caixa”, disse Letícia.
De acordo com a assessora do TJ Acre, a magistrada se manifestou como cidadã. Sobre as supostas agressões físicas sofridas pelas funcionárias da Caixa, a assessora afirmou que “não procede à acusação de agressão. Se o sindicato dos bancários entrar com algum tipo de ação, a Associação dos magistrados irá fazer a defesa da juíza Maha Manasf””, finalizou Letícia Mamed.
Ray Melo, da redação de ac24horas – [email protected]