No final do ano passado chegou a se dizer que a seleção brasileira masculina de futebol não participaria dos Jogos Pan-americanos 2015. Hoje, com necessidade urgente de se reerguer, a presença ganha relevância.
Com jogos marcados em campos de grama sintética, o Comitê Olímpico Brasileiro comunicou em dezembro passado que a CBF tinha abdicado de participar dos Jogos Pan-Americanos em Toronto, que se realizam este mês.
Dias depois, a confederação desmentiu a informação do COB e informou que a participação dependia do desempenho do Brasil no Sul-Americano Sub-20, em janeiro.
Com uma campanha ruim no Sul-Americano – aliá, ressalta-se que a seleção brasileira não vence um torneio de relevância internacional nas categorias de base há anos -, o Brasil “conquistou” a vaga (curiosamente, as vagas ao Pan são para os posicionados entre terceiro e sexto lugares da competição), embora dificilmente a seleção brasileira não receberia convite da organização para participar dos Jogos. Em março, a CBF confirmou a presença em Toronto.
Agora, se preparando para o torneio, a esperança é de que pelo menos a seleção Sub-22 não faça feio no Canadá, depois do fracasso na Copa América e de competições de base que disputou este ano– vale lembrar que durante a Copa América, o Brasil perdeu a final do Mundial Sub-20.
Mas há uma questão importante em meio a essa conversa toda em torno da participação do Brasil nos Jogos Pan-Americanos. Desde que a Record adquiriu as transmissões do Pan com exclusividade na TV aberta (esse de 2015 ela detém também os direitos), atletas de várias modalidades passaram a criticar a falta de visibilidade da competição no Brasil.
O futebol foi com uma seleção fraca ao último Pan, em 2011, e caiu na primeira fase. Ficou evidente a pouca de importância que a CBF deu ao torneio da modalidade nos Jogos transmitidos pela primeira vez pela Record. Provavelmente teria sido diferente se a Globo detivesse os direitos de transmissão – a competição, aliás, foi solenemente ignorada pela emissora carioca.
Antes do Pan de Toronto, a CBF fazia, de novo, pouco caso com a participação do Brasil na competição. Mas acabou mudando de ideia nos últimos meses. Nos dias recentes, a preparação da equipe na Granja Comary para o torneio no Canadá recebeu generosa cobertura no site da confederação.
Desprezada no passado, a seleção Sub-22 do Pan agora ganha relevância depois de uma sequência de vexames do Brasil no futebol – principalmente por que a CBF precisa, mais do que nunca, justificar investimentos de seus patrocinadores à camisa amarela. Resta saber se o Brasil não vai ser eliminado de novo na primeira fase do torneio.
No fundo, os Jogos Pan-Americanos dão uma ideia de como a CBF prioriza o futebol brasileiro.