No mundo em que vivemos é cada vez mais difícil presenciarmos filhos que façam questão de dar valor a história de seus pais. O personagem desta semana do caderno Gente, Economia e Negócios é um exemplo disso. Darlene Cardoso, uma jovem de 20 anos, viu no radio a forma de dar continuidade ao legado de seu pai, o radialista e compositor Jorge Cardoso, falecido em agosto de 2012.
Com uma pegada jovem, Darlene ainda com 17 anos teve a missão de apresentar um programa de radio pela primeira vez, mas não num momento de alegria, mas de dor. Ela teve que assumir o comando do Programa “A Grande Parada Popular”, na Gazeta FM 93.3 que vai ao ar todos os sábados (das 5h às 8h) e domingos (das 5h às 9h), dias após a morte de seu pai. Como ela mesmo faz questão de dizer: “Não foi fácil”.
Atualmente, mais conformada e dominando com maestria o oficio do pai, Darlene continua a expor para os seus ouvintes o melhor da moda de viola, “o sertanejão, o som do povão”, que é marca registrada do programa da família Cardoso que em 2015 completará 21 anos de existência.
QUEM FOI JORGE CARDOSO?
Contar a história de Darlene, é contar a história de Jorge Cardoso. Natural de Xapuri e ícone do radio acreano, Jorge foi o primeiro e único acreano a se apresentar no programa do Chacrinha, na rede Globo, em 1982. Ele é responsável por criar o hit “Lambada do Amapá”, que até hoje é sucesso na memória dos que curtiam o final de semana na praia do Amapá, em Rio Branco. Cardoso dedicou mais de 40 anos á musica e ao rádio.
Apaixonado pelo Acre, Cardoso, dedicava a maioria de suas composições para elogiar a terra onde nasceu. Vai deixar saudades. Jorge se notabilizou no rádio por garantir espaço para musica brega. Ele era um dos maiores defensores do espaço para artistas regionais.
CONFIRA A INTEGRA DA ENTREVISTA COM DARLENE CARDOSO:
ac24horas: Darlene, é impossível contar a tua história sem citar o teu pai, o Jorge Cardoso, como foi que iniciou essa tua saga no radio?
Darlene: Devido a convivência com o meu pai, desde os meus 3 anos ele me levava para a radio Difusora Acreana . Sou a filha caçula de quatro irmãos. Fui a única a me interessa por radio de todo mundo. Mais ou menos com 4 ou 5 anos eu á brincava de locução com minhas amigas e acabei vendo que eu gostava disso.
ac24horas: Você sempre foi comunicativa
Darlene: Sempre fui comunicativa e ele [meu pai] já sabia que eu tinha vocação para radio. Sempre quis trabalhar e apresentar em alguma radio e foi o que aconteceu. Eu não imaginava trabalhar em radio depois que ele morresse . Eu queria que ele me visse na radio, eu no programa dele, e ele no meu, Mas Deus quis assim, antes de eu estrear na radio. Eu acho que tenho dado conta do recado, o pessoal tá gostando do programa que eu dou continuidade o que era dele. E é isso ai. A paixão pelo radio veio desde pequenininha.
ac24horas: Você não consegue se ver vivendo de outro ramo?
Darlene: Deus me livre. É o que eu sempre digo. Eu gosto muito de inglês, pretendo dar aula de inglês, quero fazer jornalismo, mas nunca quero deixar de fazer radio. A radio é minha paixão, eu amo radio, é a minha vida. Quando eu tô lá dentro eu esqueço até dos meus problemas. O programa nunca perdeu o foco e nem o ritmo daqueles modão, sertanejão, daqueles bregas bem antigos.
ac24horas: E brega é uma coisa que você gosta sendo tão jovem?
Darlene: Eu aprendi a gostar com ele. Eu acho bacana. Eu acho uma coisa, ss musicas de antigamente eram melhores, as melodias, diferente de hoje. Por isso que eu gosto.
ac24horas: Você tinha quantos anos quando começou a apresentar o programa?
Darlene: Faltavam pouco mais de um mês para eu completar 18 anos e eu assumi no dia 15 de setembro de 2012 no lugar dele. Fui com o emocional muito abalado. Eu nunca imaginei que fosse substitui-lo. Simplesmente eu resolvi que iria continuar o programa do meu pai. Eu não quero que esse programa perca a tradição porque já tem vários anos no ar e eu estou dando continuidade.
ac24horas: Só para manter a memória do Jorge Cardoso e do programa?
Darlene: Sim. Manter a memoria do programa e a tradição de muitos anos. Só na Gazeta FM, esse programa já tem mais de 20 anos.
ac24horas: E essa transição do Jorge , um grande ícone, para a filha, dele, como foi isso?
Darlene: Cada pessoa tem o seu ritmo. Mesmo que eu tente fazer o mais parecido com ele, para não perder o ritmo, mas percebo que as pessoas têm gostado disso, tem aprovado e graças a Deus está dando tudo certo. É tanto que as pessoas chegam na minha loja e me parabenizam e até mesmo ouvintes que ligavam no programa foram me procurar.
ac24horas: Então você é empresária e não vive só da radio?
Darlene: Eu e minha mãe temos uma loja de artigos para noivas, a Darlene Noivas. Minha mãe que colocou esse nome na época que eu tinha 15 anos e nós estamos lá com o nosso negócio onde ficava a Discolândia Cardoso, o famoso castelinho, como dizia meu pai.
ac24horas: Você incorporou novos ouvintes com uma pegada mais jovem?
Darlene: Incorporei sim, mas eu acredito que não tem só eu de nova que goste dessas músicas antigas. Tem uma parte da juventude também que adora essas músicas. No domingo mesmo, uma mocinha mandou mensagem para mim no whatsapp dizendo: “Darlene, eu peguei seu número com a sua mãe. Meu nome é fulana de tal e eu tenho 15 anos e sempre estou ouvindo o seu programa. Por favor, manda um alô pra mim”. Então assim, não é aquele público inteiramente velho, tem também a juventude que curti o programa.
ac24horas: Você não se incomoda de estar sempre a na sombra de seu pai?
Darlene: De jeito nenhum. Já aconteceu também de pessoas acharem que eu sou mais velha, eu não sei se eu tenho a voz tão velha assim, e as pessoas quando me veem tomam um susto de ver que sou nova. Elas pensam que eu tenho 35 ou 40 anos e quando me veem com 20 anos tomam o maior susto. Tomavam mais ainda quando eu comecei, quando tinha 17 anos.
ac24horas: Seu pai reclamava muito de que a pessoa pra fazer sucesso tem que sair do Acre?
Darlene: Exatamente. Nós estamos longe da mídia nacional. O Acre está longe da mídia. Então o artista precisa realmente ir para fora, para Goiânia, Rio, São Paulo. O meu pai conseguiu participar do programa do Chacrinha somente quando ele passou um ano no Rio de Janeiro e em São Paulo. Se ele tivesse continuado aqui, com certeza eu acho que ele não teria conseguido fazer o programa em rede nacional.
ac24horas: Você, como filha de umartista que teve vários sucessos, por exemplo aquela lambada do Amapá, o que você acha que falta para a gente valorizar a nossa cultura musical ? Você acha que a cultura musical acreana é pobre ou de fato as pessoas não valorizam?
Darlene: Aqui tem muita coisa boa. Eu acho que falta mesmo é o povo valorizar a prata da casa, é o que tá faltando, esse reconhecimento. Eu acredito que também não custava nada o governo ajudar. Meu pai sempre reclamava disso. Ele reclamava muito da Expoacre, dizendo: Poxa, tem vários artistas aqui e não vai um cantor acreano participar da expoacre no palco principal. Onde várias pessoas do interior poderiam ir mostrar o seu trabalho.
ac24horas: Você concorda com o ponte de vista do seu pai?
Darlene: Concordo plenamente. Eu acho que falta os nossos governantes valorizarem mais as pessoas das nossa terra.
ac24horas: Se você fosse escolher uma pessoa para substituir o cantor Jorge Cardoso, você escolheria quem?
Darlene: Cara, é muito difícil essa pergunta, é complicado. Acho que cada um é cada um e ele é insubstituível, pelo menos para mim como cantor, radialista, apesar de ter vários radialistas em nosso Estado, mas para mim ele é insubstituível.
ac24horas: Seu pai era evangélico. Ele chegou a gravar alguma musica gospel?
Darlene: Não. Ele chegou gravar uma música, que na verdade foi nós dois, que é a música “O Senhor é minha força”, que ele tirou do livro de Habacuque, que na época, quem fez o arranjo foi o amado e saudoso Mão de Onça.
ac24horas: A maioria das pessoas migram para a igreja depois de passar por momentos difíceis. Seu pai falava em algum momento difícil que ele passou na vida espiritual para se converter?
Darlene: Exatamente. Ele contava pra mim uma história de quando ele estava em Belém. Isso em 1990, em um hotel. Ele se encontrava triste e tinha recentemente se separado da primeira esposa, tava com emocional abalado. Então ele encontrou no hotel a Biblia dos Gideões e lá começou a ler e ali começou a sentir o Espirito Santo tocá-lo e as lágrimas começaram a descer. Foi aquele momento bem emocionante e quando ele voltou para Rio Branco, ele foi para Igreja, aceitou Jesus e foram 21 anos nessa crença evangélica até o seu último dia de vida.
ac24horas: E sua família também era evangélica?
Darlene: Parte da minha família. Tem alguns que não são. Tudo começou por ele e depois veio a minha mãe e assim sucessivamente.
ac24horas: Como você vê o legado da Familia Cardoso hoje? A família Cardoso é tradicional , especialmente na parte musical , onde tem a Discolândia Cardoso, do seus tios. Esse legado permanece?
Darlene: Permanece com certeza. Ainda tem o tio Marciano que ajuda a nossa terra. Lá na loja dele tem um acervo só com músicos acreanos, enfim tudo isso.
ac24horas: Nesse processo todo, nessa migração radio, já pensou em parar alguma vez o projeto do teu pai ou já teve dificuldades para tocá-lo em frente?
Darlene: Não. A única dificuldade foi no inicio por causa do meu lado emocional. Por eu saber que estava tendo uma responsabilidade muito grande, que estava substituindo um cara que tinha muitos anos de radio, que tinha muita experiência. É muita responsabilidade você tocar o negócio num momento de dor, mas depois o lado emocional foi melhorando.
ac24horas: Os outros radialistas te abraçaram nesse momento difícil?
Darlene: Demais! Tenho muito que agradecer ao Altemir Passos, Fabio Lopes e todos da radio Gazeta FM. Tenho que agradecer de coração muitos da radio Difusora Acreana, o Damião, o Ivan de Carvalho, o Toinho Oliveira. Esse povo todinho me deu total apoio para estar na radio hoje. Para continuar o programa que era do meu pai. Sou muito grata principalmente ao Silvio Matinelo que confiou em mim. Apesar de acompanhar o meu pai , eu nunca tinha ido realmente apresentar o programa. Eles acreditaram em mim e graças a Deus deu certo. Agradeço ao próprio Roberto Vaz pelo total apoio.
ac24horas: Você tem 20 anos, a mesma idade do programa de radio?
Darlene: Sim. O programa surgiu em 1994, tem quase a minha idade. Na verdade, meu pai estreou na 93FM em setembro e eu nasci um mês depois. Eu sei que ele estreou em setembro pois eu tenho o roteiro guardado até hoje.
ac24horas: Você me mostrou umas fotos de quando você o acompanhava na radio ainda criança. Como era ficar participando com o Jorge na radio, uma coisa que não é comum hoje em dia?
Darlene: Além de gostar de radio, aprendi a gostar de musica, que era outra paixão do meu pai. Ele me ensinou a tocar violão. Quando eu tinha 4 anos já sabia fazer algumas notinhas. Tudo o que o meu pai gostava, eu aprendi a gostar. Sempre fui a mais apegada com o meu pai porque quando meu pai me teve ele já tinha 50 anos, então eu fui uma filha neta. Fui o xodó, me paparicou demais. Ele costumava dizer que eu era o chaveirinho dele.
ac24horas: Sempre sente a falta dele?
Darlene: [pensativa] Demais. Meu pai faz muita falta em tudo. Como pai, na ausência, em momentos da vida, como foi no meu casamento. Foi o momento mais difícil, tive que engolir o choro, em saber que ele não estava ali para ver eu casando. Esses momentos marcantes é que me doem mais. O dia dos pais também é muito duro. O dia do aniversário dele não é fácil.
ac24horas: Que dia ele fazia aniversário?
Darlene: Dia 23 de abril, dia de São Jorge, por isso o nome dele é Jorge.
ac24horas: Mas ele nunca teve nenhuma ligação com a igreja católica, por causa do nome?
Darlene: Na verdade ele foi católico por um período, mas na década de 90 ele virou evangélico. E boa parte da família Cardoso ainda é católica. A família da minha mãe e alguns da família do meu pai são evangélicos, mas vivem em harmonia. Não há nenhuma guerra santa.
Ac24horas:Sua mãe virou seu pai e mãe?
Darlene: Minha mãe, a Dona Valquiria, nos primeiros dias de radio já me acompanhava. Ela me dava muito apoio, dizendo que eu ia conseguir, que eu ia progredir e que depois iria fazer um programa de maneira mais bacana, mais legal. Minha mãe me ajudou demais.
ac24horas: Você sabe como surgiu o nome do programa “A Grande Parada Popular”?
Darlene: Surgiu pelo estilo musical, o estilo povão. Por isso que ele criou esse nome, “A Grande Parada Popular”.
ac24horas: Você é casada com jornalista José Pinheiro e seu pai também era um comunicador. Esse mundo da comunicação lhe persegue, no bom sentido…
Darlene: Sempre perseguiu. Sou sobrinha do jornalista e apresentador Antonio Muniz, não tem como não ser uma comunicadora. É a minha vida, eu gosto disso, de trabalhar com isso. A melhor coisa que existe no ser humano é trabalhar com aquilo que você gosta porque você trabalha com amor. E para mim eu trabalho com amor na radio. A locução para mim é amor.
ac24horas: Me conta uma coisa interessante, de um momento marcante teu e do teu pai?
Darlene: Foi quando eu participei com o meu pai no programa do Roberto Vaz, o Sábado Show. Foi demais. Eu não conhecia os bastidores da TV. Na verdade eu fiz duas apresentações no programa. Eu me lembro que a primeira apresentação foi em 2001. Eu tinha de 5 para 6 anos e foi na Páscoa. Eu tenho fotografias onde as dançarinas estão fantasiadas de Coelhinhas e eu, inclusive, estou segurando um ovo de páscoa. Isso foi marcante, mas forte mesmo foi a segunda apresentação que foi quando eu cantei com ele o “Senhor é minha força”, que infelizmente nesse dia a gente não tirou foto, mas foi bacana pra caramba.Na escola as pessoas me diziam que me viram na televisão. Aquele reconhecimento bem bacana onde você passava na rua, as pessoas acenavam.
ac24horas: As pessoas lhe reconhecem na rua pela sua voz da radio?
Darlene: Já aconteceu de eu pegar um taxi e o rapaz olhar pra mim e perguntar se eu trabalhava na radio. Eu disse que sim. Ele me disse que reconheceu a minha voz e afirmou que eu era filha do Jorge Cardoso. Graças a Deus me sinto reconhecida pelo trabalho.
ac24horas: Durante esse tempo todo apresentando programa no lugar do seu pai, tem algo que deixa balançada?
Darlene: Sim, é impossível eu não se emocionar ouvindo “Meu Filho, Deus que lhe Proteja”, do Paulo Sergio. Não posso ouvir que começo a chorar lembrando de meu pai. Quando alguém pede essa música lá na radio, eu coloco pra tocar e saio para algum canto, senão eu não consigo parar de chorar e prosseguir o programa.[Nesse momento as lágrias correm nos olhos de Darlene]
ac24horas: Tem algum costume do seu pai com o microfone que você lembre? Cada um tem o seu jeito de apresentar?
Darlene: Eu lembro da organização dele. Ele era muito organizado até com os comerciais, com os textos. Ele marcava tudo direitinho e eu estou tentando fazer isso também. Aprendia com ele. Todo o sábado e domingo eu lembro. Não há nenhum programa que eu lembre dele. É impossível não lembrar pelo nome do programa, a radio que ele trabalhava, o mesmo horário.
ac24horas: Uma curiosidade, você fala tanto do teu pai e que me veio da ideia de perguntar que quando você for mãe, qual será o nome do seu filho?
Darlene: Quero homenagear meu pai. Com certeza se chamará Jorge. Quando eu tava namorando ainda eu já falava para o José que o nome do menino seria Jorge.
ac24horas: Aliás, vocês dois (José e Darlene) trabalham no mesmo prédio, onde fica a TV e o Jornal A Gazeta. Como foi que vocês se conheceram?
José Pinheiro: [Neste momento José interrompe e começa a falar] A gente se conheceu na Gazeta. Eu trabalhava no jornal e ela na radio. Já temos um ano e seis meses de casados, mas passamos um ano namorando. Eu tava saindo do jornal e ela estava descendo as escadas e gostei do jeito dela e adicionei ela no facebook. E dai em diante começamos a nos falar. Ai deu que casamos. Tudo rolou pelo facebook. Lembro que perguntei para a Raimunda, a moça que trabalha no jornal, quem era a moça que descia as escadas. Ela me disse que era a Darlene Cardoso. Hoje estamos casados e felizes.
Darlene: Sabe o que é mais incrível? No ano que meu pai faleceu, ainda na semana, ele entrevistou meu pai para uma reportagem dos 50 anos da radio Gazeta. Meu pai faleceu na quinta-feira e uma semana antes ele havia entrevistado. A gente nem sonhava em se conhecer. O meu pai era muito ciumento, mas o José o admirava por ser muito receptivo e gente fina.
José Pinheiro: E ele seria um baita sogro, apesar do ciúme. Resumindo, foi no prédio de A Gazeta que eu conheci o amor da minha vida, que vai caminhar comigo a vida inteira.
ac24horas: Ser um radialista, diferentemente de todos os seguimentos da comunicação, é complexo, porque precisa criar na cabeça do ouvinte um teatro , um cenário e isso não é fácil. Como você enxerga isso?
Darlene: Eu sempre procuro fazer ser bem vinda a minha voz dentro das casas das pessoas. Falando do privilégio de a pessoa estar me ouvindo e sempre ser bem recebida na casa do acreano. Tenho muito que agradecer a Deus porque tenho ouvintes até em outros Estados e isso é gratificante.
ac24horas: Você é uma pessoa politizada ou foge de politica?
Darlene: Eu sou muito fã de politica. Meu marido gosta mais. Mas se for parar para analisar, tudo na nossa vida é politica. A gente tenta fugir, mas não tem jeito. Meu pai tinha amizade com o Jorge Viana, com o Flaviano. Eu ainda tenho amizade com o Flaviano. Ele escuta meu programa, sempre me liga pedindo um alô. O Jorge também, inclusive ele fez uma linda homenagem para o meu pai no facebook.
ac24horas: Como formadora de opinião, como você vê o contexto politico no Acre e no Brasil?
Darlene: Estamos passando por uma crise na economia, mas acredito que seja passageira, daremos a volta por cima. Eu como empresária sinto a crise, assim como qualquer cidadão.
ac24horas: Você hoje conseguiria viver só da radio?
Darlene: A radio é tudo para mim. Ela é rentável e paixão. Gosto mais de ser radialista do que empresária. Posso deixar de ser empresária, mas a radio eu não deixo. Meu sábado e domingo é sagrado, dedicado a radio.
ac24horas: E os planos para o futuro? Você pensa em montar a sua própria radio?
Darlene: Sim, tenho o sonho de construir a minha radio. Espero que isso seja realizado. Isso já era um sonho meu e do meu pai. Quero dar continuidade a isso. Ainda vou ter uma radio. Já me vejo no jornalismo, não quero ser jornalista de bastidores. Quero ser mais da comunicação na radio, de apresentação. Gostava muito dos bastidores, mas prefiro me comunicar mais.
ac24horas: Como você vê o contexto do radio no Acre?
Darlene: Na questão jornalismo, a radio tem muita força. Na radio Difusora, foi aonde eu aprendi tudo sobre radio e que tem uma audiência muito grande no interior, na parte rural. Eu acho que deveriam valorizar mais a Difusora e colocar um transmissor mais potente, melhorar a qualidade do som e tem muito que melhorar estruturalmente, pois é uma radio que não perde a tradição. Os professores do radio saíram dali.