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O paraíso dos queijos

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Situada na Europa Central e cercada por países como Alemanha, França, Itália e Áustria, a Suíça constitui-se num daqueles lugares que a gente sempre tem vontade de visitar. Isso tanto pelas suas exuberantes paisagens quanto pela propaganda que costumeiramente se faz sobre os seus produtos. Cito quatro desses produtos, que me vem à cabeça enquanto cometo esta crônica: relógios, chocolates, bancos e queijos.


Relógios, ah os relógios!, como se fala da precisão dos relógios suíços. Quando, nos anos da década de 1990, me vi às voltas com disciplinas de um curso de mestrado, em Brasília, eu convivi com um colega que vivia balançando um reluzente Rolex, supostamente suíço, no braço e dizendo que aquele aparelhinho é que o fazia ser pontual. Descobrimos depois que o tal era falso, mas tudo bem, a vida continuou.


Já os chocolates produzidos na Suíça, putz, que delícia! Manjar dos deuses. Não tem taxa elevada de glicose que resista. Quando mais o sujeito come, mais dá vontade de comer. Quem nunca provou um legítimo chocolate suíço, não sabe o que está perdendo. Colocar uma barrinha nos lábios, mordê-la vagarosamente e deixá-la  derreter contra o céu da boca, isso eu posso garantir, é uma experiência inesquecível!

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No que diz respeito aos bancos, é verdade que hoje estão meio avacalhados. A justiça de várias partes do planeta tem dado um jeito de vasculhar as contas numeradas, quase todas sem os nomes dos respectivos titulares, cheias de dinheiro nem sempre lícito, fruto das mais elaboradas putarias. Mas os tais bancos suíços, até pouco tempo atrás eram sim considerados os mais seguros e invioláveis da Terra.


Quanto aos queijos, valha-me Deus! Estes, assim como os chocolates, se constituem também numa daquelas iguarias irresistíveis. Gostosos e bonitos, fazem a festa e a felicidade dos mais variados glutões. Tão convidativos, dizem os viajantes contumazes, alpinistas de ocasião ou não, que não se deve convidar uma criatura em luta com a balança para visitar o país. O regime vai perder e a balança pode quebrar!


Tudo muito bom, tudo muito bem… Mas tem um problema, no que se refere à produção desses queijos tão exageradamente aprazíveis: os ratos. Esses animais adoram queijos e, por conseguinte, a Suíça. Existem pesquisas científicas sérias que comprovam ondas e ondas migratórias de ratos de todos os cantos do planeta rumo ao país europeu. Dizem que eles chegam ao país e vão direto para as melhores mesas.


Os bichinhos roedores viajam como podem. Uns vão na primeira classe dos diversos aviões de carreira. Esses são chamados de executivos. Mas também tem os ratinhos pés-de-chinelo, os aprendizes, que puxam o saco dos veteranos na arte da rapinagem e, claro, os acompanham na degustação dos queijos. Existe quem garanta que alguns representantes dessa categoria tem até passaporte diplomático (será?).


Sei, leitor, você que teve a paciência de ler esta crônica até este ponto, deve estar se perguntando o que teria a ver esse assunto com o futebol nosso de cada dia, motivo maior destas linhas semanais. Eu confesso que também não sei. O que eu sei é que o FBI americano prendeu uns sujeitos no começo desta semana na Suíça. Não prendeu um só rato. Gente mesmo. Mas comenta-se que todos eles adoravam queijo!


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