O Ministério Público Estadual (MPE), através da Promotoria Especializada de Controle Externo da Atividade Policial, instaurou ontem inquérito para investigar a tentativa de linchamento contra Jônatas Souza da Silva, de 20 anos, acusado de ter assaltado uma loja no bairro Abraão Alab, no mês passado. Ele foi agredido por populares, mesmo após ter sido preso e algemado por policiais militares, que faziam ronda na região do local do crime.
O episódio foi amplamente divulgado nas redes sociais, em imagens de um vídeo amador, onde o acusado aparece algemado e levando diversos chutes, tapas e “pisadas” no rosto. “Vamos ouvir o jovem, as inúmeras testemunhas e os policiais que participaram da ocorrência”, disse o promotor Dayan Albuquerque, informando, ainda, que irá pedir para que a corregedoria do Polícia Militar instaure um procedimento administrativo.
O que chama atenção é que a agressão física aconteceu em frente aos policiais. Um deles coloca o suspeito de frente, sentado na calçada, o que acaba facilitando que o rapaz receba dois tapas no rosto. Ele fica quase inconsciente e desmaia. No chão, em silêncio, o rapaz é pisoteado e leva chutes.
Depois de ser agredido por cerca de dois minutos, os PMs resolvem levá-lo embora e o arrastam até uma viatura policial. Neste momento, o vídeo para e não é possível saber se houve novas agressões. Os policiais podem ser enquadrados nos crimes de omissão de socorro, apologia à violência e tortura. Este é inafiançável e imprescritível.
