RIO – Galã de novelas da TV Globo nos anos 60 e 70, o ator Cláudio Marzo morreu na manhã deste domingo, aos 74 anos, na Clínica São Vicente, na Gávea (zona sul do Rio). Ele sofria de enfisema pulmonar, agravado por pneumonia. O ator estava no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) desde o dia 4 deste mês. Em fevereiro, foi internado por uma semana e, em 2014, passou por várias hospitalizações.
Desde 2013 Cláudio Marzo estava com a saúde debilitada e, no ano passado, o quadro se agravou. O ator fumava desde adolescente e tinha muita dificuldade em largar o vício. Segundo a Clínica São Vicente, o corpo do ator será cremado, respeitando pedido feito por Marzo aos filhos.
A família deve aguardar a chegada do filho Diogo, que mora na Austrália, para realizar o velório e a cremação. Outro filho, Bento, viajou do Pará, onde estava a trabalho, para o Rio de Janeiro. A filha, Alexandra Marzo, e a mulher, Neia, estavam na clínica com o ator, que morreu pouco antes das 6h.
Emocionado, o ator Tonico Pereira, que estreou em novela ao lado de Marzo, em O Espigão (TV Globo), de 1974, lembrou que, há sete meses, os dois ficaram alguns dias internados no mesmo hospital. “Estávamos em quartos próximos. Um dia fui andando até o quarto dele, nós conversamos. No segundo dia, ele não me reconheceu. Fiquei meio desarvorado com a possibilidade de ele não me reconhecer”, disse Tonico à emissora Globo News. “É um dia muito triste. Devo muito da minha carreira a Cláudio Marzo. Em O Espigão, ele me recebeu com uma cortesia que só um ser humano de primeira grandeza tem. No cinema, fizemos A Lira do Delírio (de Walter Lima Jr.)”, afirmou.
Par romântico de Cláudio Marzo na primeira versão da novela A Moreninha (TV Globo), em 1965, a atriz Marília Pêra lembrou os encontros com o colega na casa do dramaturgo e novelista Bráulio Pedroso. “Cláudio era quietinho, mais introspectivo, uma pessoa maravilhosa. Tantos homens maravilhosos da minha geração estão morrendo, o Wilker (José Wilker, que morreu em abril de 2014), Carvana (Hugo Carvana, morto em outubro passado). Amigos queridos. Os atores de minha geração precisam parar de morrer”, disse Marília ao Estado.
A atriz Natália Timberg, que contracenou com Marzo em Um Rosto de Mulher (TV Globo), entre 1965 e 1966, e em Pantanal, da Rede Manchete, disse ter “as melhores lembranças” do Cláudio Marzo. “Tinha um talento muito grande. Um ator que amadureceu muito bonito, era uma figura forte, bonita, uma presença marcante”, afirmou. A atriz Regina Duarte, que fez par romântico com Marzo em quatro novelas da Globo, disse que recentemente visitou o amigo no hospital. “Não conversamos, só senti um brilho no olhar dele”, contou.
Repercussão. Atores falam sobre Cláudio Marzo:
Marília Pêra – “Trabalhamos juntos na novela ‘A moreninha’, lá no começo da Globo, em 1965, e depois em ‘Quem ama não mata’ (minissérie de 1982, também da Globo), que foi um grande sucesso. Estivemos juntos algumas vezes na casa do (dramaturgo e novelista) Bráulio Pedroso, que era muito amigo dele e meu também. Claudio era quietinho, mais introspectivo, uma pessoa maravilhosa. Tantos homens maravilhosos da minha geração estão morrendo, o Wilker (José Wilker, que morreu em abril de 2014), Carvana (Hugo Carvana, falecido em outubro passado). Amigos queridos. Os atores de minha geração precisam parar de morrer!”
Natália Timberg – “Tive o prazer de cruzar com ele na primeira novela que fiz na Globo, ‘Um rosto de mulher’, em 1965. Depois trabalhamos em ‘Pantanal’ (Rede Manchete). É um colega de quem tenho as melhores lembranças, tinha um talento muito grande. Um ator que amadureceu muito bonito, era uma figura forte, bonita, uma presença marcante.”
Tonico Pereira (para a Globonews) – “É um dia muito triste. Devo muito da minha carreira a Claudio Marzo. Quando estreei, na novela O ‘Espigão’, em 1974, ele me recebeu com uma cortesia que só um ser humano de primeira categoria tem. No cinema, fizemos ‘A lira do delírio’ (de Walter Lima Jr.). Há uns sete meses, estávamos internados no mesmo hospital, em quartos próximos. Um dia fui andando até o quarto dele, nós conversamos. No segundo dia, ele não me reconheceu. Fiquei meio desarvorado com a possibilidade de ele não me reconhecer.”
Regina Duarte (para a Globonews) – “Fizemos par romântico em quatro novelas. Tínhamos uma química muito especial, havia um entendimento tácito entre nós. Ele era muito agradável, muito expressivo. Recentemente o visitei no hospital, não conversamos, só senti um brilho no olho dele. Ele viveu intensamente. Hoje, quando soube, pensei: ‘que bom que ele descansou, porque estava muito difícil para ele’. Era fantástico trabalhar com ele.”