Depois de três meses de intensa investigação a Polícia Federal no Acre, anunciou na tarde desta terça feira, a conclusão dos trabalhos no caso da morte do garoto Fabrício. O delegado Milton Rodrigues Neves, que comandou um grupo de mergulhadores, peritos e policiais de outros estados durante as investigações, trouxe bem menos novidades do que se esperava, em relação ao mesmo trabalho realizado pela Polícia Civil. Com base nas provas cientificas e depoimentos prestados por pessoas que já estavam arroladas no processo, a PF chegou aos mesmos nomes que já tinham sido apontados pelo inquérito da Policia Civil. A diferença é que na investigação federal, aparecem quatro acusados, no inquérito civil, são oitos os nomes.
Para o delegado a morte do garoto em nenhuma hipótese está ligada a seqüestro, foi vingança.
“Ao longo das investigações nós descobrimos que um policial que é tio do garoto, prendeu e espancou um dos acusados. Revoltado, esse homem decidiu se vingar matando o garoto”, disse o delegado. As provas obtidas pela PF e os novos depoimentos serviram para ratificar o que anteriormente foi divulgado. Fabrício foi morto no centro da cidade, embaixo da ponte Sebastião Dantas, e teve o corpo jogado no rio. Essa versão, garantiu o delegado, foi prestada em forma de confissão por um dos acusados.
Falso depoimento apontava caso de seqüestro
Durante meses a policia trabalhou com a hipótese de um seqüestro, porque se baseava no depoimento de um menor, amigo da família, que em juízo, por várias vezes, afirmou que viu Fabrício sendo colocado no porta malas de um carro. Confrontando os depoimentos, com auxilio de uma psiquiatra do DF, o delegado acabou por convencer o menor a dizer a verdade, e ele admitiu está mentindo desde o inicio.
Ossadas encaminhadas para laboratório
Para a policia o caso está encerrado. Para a justiça não. Tanto que as buscas no rio Acre não foram suspensas, apesar da PF ter encaminhado para o laboratório forense em Brasilia, dezenas de ossadas encontradas no rio Acre.
O juiz Clóvis Augusto Cabral, da 4ª Vara Criminal, revelou que um crânio humano encontrado nas proximidades da comunidade do Panorama, possui características semelhantes a de Fabricio, porém, somente as análises laboratoriais podem confirmar as suspeitas.
Julgamento indefinido
Os acusados pela morte do garoto pode ir a julgamento em júri popular, tudo vai depender da tipificação da denuncia apresentada pelo MPE á justiça. O promotor Rui Lino, que ainda não recebeu o resultado das investigações da PF, falou que após analisar a fundo o trabalho da PF, irá decidir que tipo de denúncia cabe ao caso.
Jairo Barbosa – da superintendência da Policia Federal – Rio Branco-Ac
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Redação de ac24horas