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Morre, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, um dos criadores do Clube da Esquina

Foto: Flávio Charchar
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Morreu, aos 73 anos, o cantor e compositor Lô Borges, na noite do último domingo (2/11). Um dos fundadores do Clube da Esquina – movimento musical de vanguarda que surgiu em Belo Horizonte no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 e que conta com nomes como o de Milton Nascimento, Fernando Brant (1946-2015), Beto Guedes, Toninho Horta e Wagner Tiso. Segundo boletim divulgado pela assessoria de imprensa da Unimed, Lô faleceu às 20h50 em decorrência de falência múltipla de órgãos.


Lô estava internado em um hospital da Unimed em Belo Horizonte, desde o dia 17 de outubro com um quadro de intoxicação medicamentosa. A intoxicação por medicamentos ocorre pelo uso de doses excessivas de um remédio, de forma intencional ou acidental. A informação foi confirmada pela reportagem de O TEMPO com familiares do cantor.


O artista mineiro chegou a ser entubado e posteriormente se submeteu a uma traqueostomia (procedimento cirúrgico que cria uma abertura na traqueia para permitir a passagem de ar para os pulmões, geralmente com a inserção de uma cânula). O quadro se agravou e Lô Borges acabou não resistindo. Lô deixa o filho Luca Arroyo Borges, de 27 anos.

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O velório do artista será em Belo Horizonte, no Palácio das Artes. Das 9h às 15h da terça-feira (4/11), os fãs poderão se despedir.


Quem foi Lô Borges, artista mineiro fundador do Clube da Esquina


Nascido em 10 de janeiro de 1952, Salomão Borges Filho era de uma família extremamente musical e o sexto dos 11 filhos do casal Maricota e Salomão. Irmão dos também músicos Márcio Borges – outro fundador do Clube da Esquina – Marilton Borges e Telo Borges, Lô foi uma das figuras centrais na construção da sonoridade mineira, sendo compositor de clássicos como “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Tudo Que Você Podia Ser”, “O Trem Azul”, “Clube da Esquina nº 2”, “Para Lennon e McCartney”, “Feira Moderna”, “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”, “Vento de Maio”, “A Via Láctea”, “Paisagem da Janela”, “Equatorial”, “Sonho Real”, entre outras. Lô é o segundo integrante do “Clube” a falecer. O primeiro foi Fernando Brant que morreu aos 68 anos em junho de 2015 vítima de complicações de um transplante de fígado.


Em 1972, com apenas 20 anos, Lô Borges lançou dois discos fundamentais da música brasileira, sendo um deles “Clube da Esquina”, em parceria com Milton Nascimento, considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos tanto pela crítica nacional quanto pela internacional. O primeiro trabalho solo ficou conhecido como o “disco do tênis”, por conta de sua capa que trazia um par de tênis registrado por Cafi, também fotógrafo da icônica capa do álbum duplo “Clube da Esquina”, que traz dois meninos de Nova Friburgo (RJ), Cacau e Tonho, representando Lô e Bituca.


Carreira de Lô Borges foi marcada por grandes nomes da MPB


Ao longo da carreira, Lô Borges foi gravado por grandes nomes da MPB como o próprio Milton (grande amigo e parceiro), Elis Regina, Tom Jobim (que fez uma versão em inglês de “O Trem Azul”, parceria de Lô com Ronaldo Bastos), Samuel Rosa, Beto Guedes, Lobão, Nando Reis e Caetano Veloso (com quem compôs a canção “Sem Não”).



Em maior deste ano, para o deleite dos fãs, Lô fez uma apresentação surpresa e gratuita na famosa esquina onde nasceu o “Clube da Esquina”, no entroncamento das ruas Paraisópolis com Divinópolis, no bairro Santa Tereza, onde fica a casa da família Borges.


O músico mineiro estava com uma agenda bastante ativa com shows e lançamentos de discos. Desde 2019, o cantor e compositor lançava um disco autoral por ano. O último, ‘Céu de giz’,com melodias dele e letras de Zeca Baleiro, foi lançado em agosto deste ano.


Em dezembro de 2022, quando completou 50 anos de carreira, Lô Borges viveu um dos momentos mais especiais de sua trajetória artística. Ele subiu ao palco da Sala Minas Gerais, em BH, ao lado da Orquestra Filarmônica e do quinteto de contrabaixistas acústicos do DoContra que executaram uma parte do repertório de Lô com arranjos criados pelo músico Neto Bellotto, do DoContra, sob supervisão do próprio homenageado e do maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica.


Aliás, foi a primeira vez que a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais executou um programa voltado inteiramente para o repertório de um artista “popular”. O projeto “50 Anos de Música” se transformou em um álbum que está disponível em áudio e vídeo nas plataformas digitais e foi lançado pela gravadora Deck.


Com informações do portal O Tempo.


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