No nosso país, partidariamente, o passado não tem se prestado como escola para o nosso aprendizado político.
Daqui, e até o mês de abril do próximo ano, mais de uma centena dos nossos potenciais candidatos irão trocar de partido, e o mais inaceitável, muitos dos eleitos, por conveniência, abandonarão o partido que lhes proporcionaram seus mandatos. No máximo, darão um até logo.
Para exemplificar este comportamento político, Ciro Gomes, uma das nossas mais expressivas personalidades da nossa atividade política já chegou a se filiar a oito partidos distintos e acabou de retornar ao PSDB, o partido pelo qual havia sido eleito governador do Ceará, em 1990, e sem surpresas, foi recebido com os votos de “boas vindas”, pelo agonizante PSDB. O não menos trânsfuga partidário, o ex-presidente Jair Bolsonaro, já foi filiado a uma dezena de partidos.
Nos cemitérios em que foram depositados os seus cadáveres encontram-se as suas ossadas. Nada contra a liberdade partidária, nem mesmos àqueles que se dizem apartidários, conquanto àqueles que se filiam a um determinado partido político não venha praticar o que denominamos chamar de infidelidade partidária. Numa linguagem um tanto quanto rasteira: não venha “corneiar” o partido que franqueara sua legenda e que possibilitara seus respectivos mandatos.
Nas democracias que se prezam os partidos políticos se prestam como escola, jamais como instrumento para a ascensão de candidatos aventureiros, ainda assim, a nossa legislação partidária, pouco ou nada tem feito neste sentido, e até chegam a estimular tal comportamento.
Nos EUA, nas eleições de 2100 e daqui há 80 anos, um republicano ou um democrata será eleito presidente, mas cá, entre nós, faltando menos de um ano para às próximas eleições, sequer sabemos a sigla do partido e nem nome dos candidatos que irão enfrentar o presidente Lula, este concorrendo a um 4º mandato.
Nas democracias que se prezam, os partidos políticos guardam semelhanças com os vinhos: se bons, quanto velhos melhores, e os ruins, transformam em vinagre.
É do que estamos à tratar, mas infelizmente, quem deveria pôr fim nesta bandalheira, no caso, nossos senadores e deputados, estão pra lá de satisfeitos e sequer admitem falar na instituição de uma legislação partidária que os impeçam de trocar de partido, e o mais grave, podendo levar consigo o mandato que obteve graças à legenda do partido traído.
Se nenhuma democracia poderá ser considerada como perfeita, a dos EUA e a da Inglaterra, pelos ao mesmo, em sendo as menos imperfeitas, seria a partir delas que os nossos partidos políticos deveriam se espelhar. Do contrário à nossa bagunça partidária irá continuar.









