O deputado estadual Edvaldo Magalhães (PCdoB), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), criticou nesta terça-feira, 28, duramente a proposta do governo de criar o cargo de secretário adjunto de Turismo, durante entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac. Segundo o parlamentar, a medida é “inadequada e inoportuna”, especialmente diante das reivindicações dos servidores públicos e do cenário financeiro do Estado.
“Primeiro que o momento político, o momento administrativo e o momento, inclusive, da data do servidor público, tudo isso concorre para dizer que não é hora, não é momento, é inadequado, não é recomendável criação de cargos”, afirmou Magalhães.
Magalhães lembrou que servidores “estão ali embaixo a reclamar de que sequer têm respostas para suas faltas de reivindicações, que são tratadas na base da teoria da enrolatividade”, enquanto o governo utiliza “as imposições da Lei de Responsabilidade Fiscal como escudo para negar qualquer mudança na estrutura dos servidores públicos”.
O deputado esclareceu que o projeto de lei que cria o cargo de secretário adjunto “não está a revogar, nesta lei, absolutamente nenhum outro cargo”. Segundo ele, há outro projeto tratando da estrutura da Procuradoria-Geral do Estado que faz referência à revogação de uma lei sobre a ouvidoria, mas isso não tem relação direta com o cargo proposto para o Turismo. “O problema é que você não pode substituir alhos por bugalhos”, ironizou.
O comunista questionou a justificativa do governo e defendeu que, se fosse realmente necessário equilibrar estruturas, “por que não extingue um outro cargo de secretaria adjunta e por que não se bota uma pedra sobre esse assunto de criação de cargos no momento em que se não pode responder às demandas da maioria absoluta dos servidores públicos?”, perguntou.
“A cada momento se faz arranjos e se cria coisas no momento em que isso não deve ser prioridade para absolutamente ninguém, apenas para aqueles que querem fazer do instrumento da gestão uma acomodação política dentro das secretarias”, acrescentou.
Ao ser questionado sobre a alegação do governo de que o novo cargo teria caráter técnico para “desafogar os serviços” da Secretaria de Turismo, Edvaldo Magalhães reagiu com ironia. “Da mesma forma que eu acredito em Papai Noel, eu acreditaria que esta tese seria verdadeira”, finalizou.


















