O podcast Gorete Podi, do ac24horas, apresentado pelo humorista e repórter David Medeiros, recebeu neste sábado, 11, um convidado inusitado: Tiago Farias, presidente da Associação dos Cornos do Estado do Acre (Ascornacre).
Em uma conversa leve, o dirigente relembrou a origem da entidade, que, segundo ele, surgiu para dar “representatividade aos cornos acreanos” e hoje conta com mais de 70 mil associados em todo o estado.
“A Ascornacre surgiu acho que em 2013. Na verdade, já existia a Assocornacre, só que era outro presidente, o Berico, que foi um dos fundadores. A associação estava parada, os cornos estavam todos jogados ao léu”, contou Tiago.
Apesar do tom descontraído, Tiago garante que o trabalho é levado a sério. “Já tivemos uma oposição muito ferrenha, querendo derrubar a presidência, dar um golpe de Estado. Mas a cornalidade é muito unida. O corno é bicho sem vergonha, traiçoeiro, mas quando é de respeito à associação, eles sabem que o trabalho é bem feito”, destacou.
Durante a entrevista, o presidente afirmou que há mais de 74 mil associados no Acre e revelou os municípios com maior número de “representantes”. “Por incrível que pareça, onde tem mais corno não é na capital. É em Cruzeiro do Sul e também no Bujari, que ficou em terceiro lugar no último censo. O corno de Cruzeiro do Sul é diferenciado. É animado, comedor de farinha, é um corno feliz”, pontuou.
Tiago contou que a associação já promoveu grandes eventos. “O primeiro encontro dos cornos do Acre mobilizou toda a imprensa. A matéria saiu até no Rio de Janeiro, no jornal Hora do Meio-Dia. Tivemos quase um milhão de acessos. Lotou o Bartô, choveu, mas foi uma festa incrível, com direito a diploma do corno do ano e carteirinhas distribuídas”, relembrou.
Ao ser questionado sobre a evolução da associação, Tiago explicou que a Ascornacre acompanhou os novos tempos. “A cornalidade se atualizou. Hoje temos o corno de gênero. Qualquer tipo de pessoa pode participar: homem, mulher, qualquer opção. A associação é receptiva”, afirmou.

Foto: Frame/vídeo
Ele também destacou o crescimento da “cornalidade” nas academias e entre motoristas de aplicativo. “Hoje o número de cornos nas academias tem passado todos os limites. E o motorista de aplicativo é onde tem mais corno. Passou dos taxistas, porque muitos preferem morar dentro do carro do que ir pra casa. É aí que a mágica acontece”, destacou.
Segundo o presidente, a associação mantém um serviço de apoio aos associados.“A gente tem o disco de corno, onde o corno liga, tem psicólogo que atende, ouve o corno, e um call center bem organizado. Todas as ocorrências vêm de academias e motoristas de aplicativo. Aqui em Rio Branco, onde você pisar, pode ter certeza que tem um corno no meio”, brincou Tiago.
Encerrando a entrevista, Tiago reforçou que a associação, embora trate o tema com humor, tem um lado social importante. “A gente também fala de temas sérios, como o feminicídio. O trabalho da Ascornacre é, acima de tudo, de respeito e conscientização”, relembrou.
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