O programa “Boa Conversa” desta sexta-feira, 10, trouxe uma edição por análises afiadas e bastidores da política acreana. Sob os comentários de Astério Moreira, Crica e a apresentação do jornalista Marcos Venícios, o programa discutiu os novos desdobramentos das alianças políticas rumo às eleições de 2026.
O cenário político local também ganhou espaço com a polêmica declaração do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, que afirmou: “Não sei se o Alan Rick é tão direita assim. Nunca vi ele criticar o Jorge Viana”. As declarações foram dadas no programa do Bar do Vaz. O comentário gerou reações, incluindo a resposta do ex-governador Jorge Viana, que relembrou ajuda em momentos de dificuldade vividos por Bocalom.
“Nunca vi o Alan criticar o Jorge Viana, mas já vi ele criticar o PT, não o Jorge, mas o PT não. O Marcio, Bocalom, Jorge é candidato. Essa é uma questão eleitoral. Sabe quantos partidos tinham na FPA com o Jorge no início? 16 partidos, tinha de esquerda, de direita e do centrão. Essa reação do Jorge é o que eu falei, a eleição começou. O que eu sei do Bocalom é que quando ele chegou em Acrelândia, ele era marceneiro, tinha serraria, agora, se ele passou dificuldades, eu não sei. Não entrem em briga de político”, afirmou Astério Moreira.

Fotos: Whisley Ramalho
“A eleição começou e isso é briga eleitoral. O Bocalom querendo desgastar o Jorge e o Jorge Viana também. Isso é divergência da política. Ninguém está disputando eleição para ser o Papa”, pontuou Crica.
Outro tema quente foi a movimentação do senador Marcio Bittar, que condicionou seu apoio à vice-governadora Mailza Assis à posição do governador Gladson Cameli, que, por sua vez, sinalizou intenção de permanecer no cargo.
“Hoje, o grupo do poder canta um samba do criolo doido. O Calixto defende a chapa Gladson e Bocalom ao Senado, Mailza governo, depois aparece o Velloso dizendo que é o candidato da Mailza e do Gladson, depois a Jéssica e depois vem o Gladson dizendo que o companheiro dele de chapa é o Bittar. Os grandes impérios ruíram nas brigas internas, escancaradas, ninguém sabe quem é quem nesse jogo. Vocês acham que o Donadoni e o Calixto foram no MDB sem comunicar o Gladson? Claro que foi, eles não foram de graça. O próprio Gladson defende aliança com o MDB. O Gladson sabe que a situação jurídica dele é complicada. Se o Gladson virar inelegível, muda tudo”, pontuou Crica.

Fotos: Whisley Ramalho
“A questão do Marcio e Petecão é diferente, eles são jogadores de outro nível. Isso vai ter conversações. O Petecão não vai sair gritando Mailza, o Bittar também, porque eles precisam negociar espaço. Isso é trabalhado. Não adianta hostilidade entre os grupos porque depois pra juntar vai ser difícil. Se o Gladson ficar na cadeira, a candidatura da Mailza fica fortíssima. O que eu percebo é que existe muita ansiedade e isso atrapalha as gestões do Governo e da Prefeitura. Não acredito no rompimento desse grupo político”, ressaltou Astério Moreira.
O programa também abordou a visita de Mailza ao MDB, as declarações sobre sua decepção com o PL e o avanço em alianças para a disputa eleitoral do próximo ano.
“O que eu escutei de pessoas do MDB é que o partido está dividido, um defende apoio ao Alan, uma defende candidatura própria e outra defende apoio a Mailza. Para manter a identidade do MDB não seria ideal ter uma candidatura própria? O partido indo pro governo pode enfraquecer”, avaliou Astério Moreira.

Fotos: Whisley Ramalho
“Se o MDB colocar qualquer um ali tirando o Marcus Alexandre perde até pro Thor Dantas. Um candidato ao senado precisa ter ao menos 50 milhões porque eles têm que bancar candidaturas de estaduais, federais, prefeitos e cabos eleitorais. É muito dinheiro. A eleição é boa para os compradores de votos”, destacou Crica.
Os bastidores da Assembleia Legislativa também entram na pauta, com o presidente Nicolau Júnior reafirmando apoio à vice-governadora Mailza, além do comentário de Crica, que revelou o posicionamento de Luiz Calixto em defesa de uma chapa unificada entre Bocalom e Gladson Cameli para o Senado.
Os jornalistas ainda repercutiram declarações de Sérgio Petecão, que garantiu que o PSD “está no jogo”. “O Petecão me disse que fica rindo das pesquisas. Segundo ele, no Juruá, só o Zequinha que não o apoia e ele me disse que tem declarado apoio de 16 prefeitos”, avaliou Crica.
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