Numa democracia tem que existir o contraditório. Mas tem que existir, também, a justiça. O episódio do fim do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo, sob a acusação de tentativa de golpe pelo STF, só veio solidificar o regime democrático do país, e colocar por terra o mantra bolsonarista idiota que vivemos sob uma ditadura da toga. O voto pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro, vindo do ministro Luiz Fux, acabou com a tese. Mostrou que pode haver divergência e que o voto é livre no STF. E, numa democracia, a maioria é que comanda o processo. A condenação de Bolsonaro por quatro votos contra um, pôs fim a um dos mais tristes episódios dos últimos tempos no país, que foi a tentativa de golpe para impedir que Lula tomasse o comando do poder. Ao longo de todo o processo, o que se viu nos fatos narrados, foi um Bolsonaro relutante em entregar o poder depois de derrotado nas urnas. Não estava preparado para perder. Não soube perder. Queria continuar presidente mesmo tendo perdido a eleição. Não fosse as Forças Armadas – Exército e Aeronáutica – teria conseguido permanecer indevidamente na presidência. É o fim do ciclo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com 70 anos, inelegível, e condenado a uma pena alta, Bolsonaro sai da política como entrou, na velocidade de um meteoro. A política não perderá nada, mas a democracia venceu. Ditadura, nunca mais!
NÃO COMEMORO
Não tenho o perfil de fazer carnaval e comemorar a desgraça alheia, cada um traça o seu caminho na vida. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seus generais e aliados, traçaram os seus caminhos, que redundou na condenação pelo STF. A vida segue.
CARNAVAL COM BUMBO FURADO
Adiantou o deputado federal Eduardo Bolsonaro(PL) articular com o Trump tarifas econômicas contra o país, sanções contra ministros do STF, imaginando que com isso forçaria a justiça a acabar com os processos contra seu pai, o ex-presidente Bolsonaro? Acho que, juridicamente, prejudicou ainda mais o Bolsonaro. E nada que o Trump fazer daqui em diante vai mudar a decisão do STF. Foi um carnaval com bumbo furado.
FAZ PARTE DO JOGO
Quem ocupa um cargo de confiança sabe que não está na função apenas pela competência, mas também, que foi nomeado dentro de um cenário político. Não vejo como perseguição, engajar esse pessoal no apoio a uma candidatura ao governo. Quem não quer se submeter a esta condição, deixe o cargo. Isso fez e sempre fará parte do jogo. Não vejo como perseguição. Não se faz festa para adversário político. Ora, pois!
MUITO CURIOSO
O mais curioso no julgamento foi uma passagem do voto do ministro Luiz Fux, ao condenar o delator Mauro Cid e de absolver quem foi delatado, Jair Bolsonaro. Ou votava absolvendo os dois ou condenando os dois. Isso foi muito explorado por juristas ao comentar o caso. Mas o direito é bonito pela variação da interpretação.
EMPURRANDO O BOCA
Um grupo que tem como mentor o secretário municipal de Educação, Alysson Bestene, é quem mais incentiva o prefeito Tião Bocalom a disputar o governo. O sonho do Alysson é virar prefeito, por isso, ele quer o Velho Boca deixando o cargo para ser candidato e ele assumir. Não importa se o Boca vai perder ou ganhar.
CAMPEÃO DA REJEIÇÃO
Em todas as pesquisas que são divulgadas o prefeito Tião Bocalom sempre aparece como o nome mais rejeitado na eleição para governador. Por isso, é bom contar mil vezes antes de entrar numa aventura de tentar ser governador, porque se perder vai virar mais um na multidão política.
MELHOR NEGÓCIO
O melhor negócio do estado é ser dono de uma empresa de transporte coletivo na capital. É bancada por dinheiro público. O prefeito Tião Bocalom já deu como subsídio mais de 90 milhões ao dono da RICO. É como o dono acertar na Mega-Sena sem jogar.
É OUTRA HISTÓRIA…..
Uma boa fonte revelou que o deputado federal Eduardo Veloso (UB) deve anunciar em breve numa coletiva de imprensa, a sua candidatura ao Senado. O problema não é ser candidato, mas conseguir se eleger numa disputa com candidatos extremamente fortes e com estrutura.
MANDATO MODESTO
Pelo que se conhece do trabalho do parlamentar no mandato, este foi muito modesto e se restringiu aos atendimentos na sua especialidade de oftalmologista. Se o deputado federal Eduardo Veloso (UB) fez algo além disso, foi mal divulgado nas suas ações parlamentares. Não se conhece.
NOME BEM VISTO
Um nome que é visto com simpatia pelo grupo da vice-governadora Mailza Assis, é o do ex-prefeito Marcus Alexandre (MDB), avaliado como uma das grandes lideranças políticas da capital. Não é fácil ter tido 68 mil votos na última eleição, com uma campanha de poucos recursos, contra as máquinas do governo, da prefeitura, e com uma estrutura milionária do seu adversário.
SEM NENHUM SENTIDO
Gastar mais de 300 mil reais para contratar técnicos da Fundação Getúlio Vargas, sob a justificativa de fazer um diagnóstico fiscal do estado, se justificaria se o governador Gladson estivesse no início de mandato; mas em fim de mandato, não faz sentido algum. Gasto fútil.
QUEBROU A CASTANHA
O voto do ministro do STF, Luiz Fux, absolvendo o presidente Bolsonaro, calou o discurso bolsonarista de que a côrte funciona como uma ditadura da toga. Se funcionasse, o Fux não teria a liberdade de votar contra a condenação de Jair Bolsonaro. Só que foi um voto minoritário no geral.
NÃO VAI ARRISCAR
Não acredito que o deputado Manoel Moraes (PP) vá disputar uma das duas vagas para o Senado. Não que lhe falte qualidades políticas; mas porque não vai trocar o certo pelo duvidoso. Se disputar a reeleição vai ganhar com uma votação folgada, já para senador, é muito duvidoso.
DEIXOU O RECADO
O ministro do STF, Flávio Dino, deixou um recado claro aos parlamentares que defendem a aprovação de um projeto de anistia a Bolsonaro e a todos arrolados na tentativa de golpe: “É inconstitucional”. Ou seja, se aprovada será derrotada no STF
FRASE MARCANTE
“É melhor ser temido do que amado, se não se pode ser ambos”. Maquiavel.