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Criança de 8 meses foi trocada por drogas em bocada de Rio Branco

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Uma criança de aproximadamente 8 meses de idade foi utilizada pelos próprios pais como moeda de troca no tráfico de drogas em Rio Branco. O caso que vinha sendo mantido em sigilo foi revelado com exclusividade pelo conselheiro Nilcimar Monteiro, do 2º Conselho Tutelar de Rio Branco, onde o bebê recebeu os primeiros atendimentos.


“O traficante utilizou um idoso para deixar a criança no Conselho após três dias em que ele ficou na bocada”, revelou Nilcimar.


Por questão de segurança, o nome da criança e dos pais não foram revelados. O caso aconteceu em uma bocada no Bairro Vitória, na parte alta da cidade.

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“Segundo relatos da mãe, ela deixou a criança no poder do traficante enquanto conseguia dinheiro para pagar a droga”, acrescentou o Conselheiro.


Três dias depois, sem o resgate que deveria ser feito pelos pais, o traficante, cujo nome não foi identificado, utilizou um idoso e pagou um taxi para que o bebê fosse levado ao 2º Conselho Tutelar da cidade.


“Ela chegou aqui às 16 horas, com fome, desidratada e nós ficamos até às 23 horas com essa criança dentro de um carro atrás de uma vaga em um dos abrigos existentes na cidade”, relata.


Segundo Nilcimar, um promotor chegou a ameaçá-lo por ele ter levado o  o bebê  para se alimentar em sua casa. Ainda de acordo o conselheiro, os abrigos existentes não pertencem ao município e não funcionam 24 horas por dia.


“Violação dos direitos da criança e do adolescente não tem hora para acontecer”, alerta o Conselheiro.


O ACOMPANHAMENTO DO CASO – Após receber o bebê e horas depois consegui-lo abrigar no Lar Ester – onde ficou durante três meses – o caso foi judicializado. A mãe da criança pediu ajuda para recuperação, mas fugiu da clinica 3 dias após iniciar o tratamento. Ela e o pai perderam o Pátrio Poder.


“Hoje esse bebê foi adotado e recebe todo o carinho em um novo lar”, disse Nilcimar.


Dos casos que são encaminhados diariamente para o 2º Conselho Tutelar, 80% tem o tráfico de drogas como causa. Os outros casos de violência relacionados à criança e ao adolescente estão associados ao abuso sexual, “praticados em sua grande maioria pelos pais ou membros da própria família”, afirma.


MUNICIPIO CONTINUA SEM ABRIGO – Antes de deixar o cargo de prefeito, o economista Raimundo Angelim foi premiado pela Fundação ABRINQ como prefeito “Amigo da Criança”. Após a premiação, vários encontros com a participação do Ministério Público e o Juizado da Criança e do Adolescente foram realizados com a apresentação dos eixos relacionados à educação, e até da apresentação de um mapa com as demais etapas do programa Amigo da Criança, o preenchimento do orçamento Criança com detalhamento das despesas por funções para o fortalecimento dos programas, projetos e atividades, voltadas a superar todos os desafios impostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) e mesmo assim, o município de Rio Branco ainda não dispõe de um abrigo para crianças.


“Se esse é um município que foi premiado como amigo da criança, eu não quero conhecer as cidades que não são amigas da criança”, disse Nilcimar, em critica velada á falta de estrutura aos Conselheiros Tutelares.


Os dois abrigos do município, Casa do Sol e Maria Tapajós atendem adolescentes. O Educandário Santa Margarida, que tem convênio com o município de Rio Branco tem limites de vagas.

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VEREADORES TEM CONHECIMENTO – O caso foi levado ao conhecimento dos vereadores do município de Rio Branco na última quinta-feira (20). O presidente da Câmara, Vereador Roger Correa, disse que já pediu providências ao prefeito Marcus Viana.


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O OUTRO LADO – A reportagem tentou sem sucesso durante toda a tarde de ontem (21) ouvir a secretária de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS), Maria das Dores Araújo de Souza, através do telefone (68) 3211 2450 e, em seguida, pelo telefone celular da secretaria, 99** *453.


A reportagem ligou para a assessora de imprensa do município. As 14h48, a jornalista Andrea Oliveira garantiu que faria contato com Maria das Dores para que ela entrasse em contato posteriormente.


Às 16h05 a assessoria de imprensa do município voltou a fazer contato, informando a impossibilidade da secretária Maria das Dores atender a reportagem em virtude de compromissos inadiáveis, mas se comprometendo que um assessor da secretaria entraria em contato para explicar o funcionamento de um convênio entre o município e o Educandário Santa Margarida para garantir as vagas de abrigo ás crianças.


O contato não aconteceu até a edição deste material.


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