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“Flaviano Melo era o grande professor do MDB”, declara João Correia

A edição do programa Bar do Vaz entrevistou nesta quinta-feira, 20, o ex-deputado federal João Correia, secretário-adjunto do MDB, que abordou diversos temas relacionados à vida e trajetória do ex-governador e presidente estadual do partido, Flaviano Melo. Entre os tópicos discutidos, destacou-se o impacto emocional causado pela derrota de Marcus Alexandre à prefeitura de Rio Branco e as razões que contribuíram para o fracasso do emedebista nas eleições.


Correia iniciou a entrevista relembrando o começo da carreira política de Flaviano, destacando sua indicação por Nabor Júnior para trazer modernidade à administração pública de Rio Branco. “Ele inovou ao introduzir a discussão do orçamento participativo. Flaviano chegou ao Acre ainda sem identidade própria, sendo conhecido apenas como ‘o filho de Raimundo Melo’. Isso porque passou grande parte da vida no Rio de Janeiro, onde estudou, formou-se e iniciou sua trajetória profissional. Posteriormente, estava em Recife quando Nabor Júnior fez a escolha de indicá-lo, trazendo essa novidade ao estado. Ele aceitou o desafio e, de fato, revolucionou a administração pública. Podemos dizer que a prefeitura de Rio Branco teve um marco antes e depois de Flaviano. Ele foi um dos gestores mais competentes, destacando-se pela inovação, ousadia da juventude e pela competência que demonstrava”, declarou.


Foto: Sérgio Vale

João Correia relembrou uma das vitórias marcantes de Flaviano Melo, em que ele favoreceu aliados do Movimento Democrático Acreano (MDA), formado por siglas como PP, PFL e MDB, após a eleição. Segundo Correia, o emedebista foi responsável por gerar emprego e renda no Acre, especialmente por meio da construção civil. ‘Esse período transformou Flaviano em uma referência. Ele utilizou a construção civil como base de governo para gerar emprego, renda e desenvolvimento’, afirmou.


O integrante dos ‘Cabeça Branca’ contou ao jornalista Roberto Vaz que Flaviano sentiu profundamente a derrota de Marcus Alexandre. ‘Ele era um democrata, forjado na redemocratização do Brasil e num ambiente de modernidade que servia como referência. Flaviano entendia que ganhar e perder fazia parte do jogo, e não guardava mágoas. Ele perdia, sacudia a poeira e seguia em frente. No entanto, com a derrota de Marcus Alexandre, ele ficou abatido por alguns dias. Mas, depois de uma semana ou duas, começou a se reanimar’, relembrou.


O membro do MDB também destacou a entrada de Marcus Alexandre na sigla como uma forma de revitalizar o partido, mencionando o perfil conservador do ex-prefeito. ‘O Marcus Alexandre é um sujeito conservador. A chance que ele teve de se livrar das amarras que o faziam justificar sua vida constantemente foi no MDB. Ele se posicionou ali e afirmou: aqui é o MDB. Fizemos todo um trabalho estratégico. O Marcos trouxe toda a votação do PT, da Frente Popular, e ainda sua própria votação, já que ele possui uma autonomia maior que a Frente Popular. Quando ele chegou ao MDB, também agregamos votos a ele. O Flaviano entregou o partido para ele, porque Flaviano sempre esteve acima’, afirmou.


Sobre a derrota de Marcus Alexandre, João Correia apontou fatores decisivos, como a liberação de um empréstimo para o programa Asfalta Rio Branco pelo governo Lula, durante o período eleitoral. ‘Quem fez o Marcus Alexandre perder foi o governo Lula. Na nossa percepção, isso foi crucial. É injusto e desigual. O governo Lula liberou R$ 140 milhões no meio de uma campanha, do meio para o fim, para fazer proselitismo com o asfalto na cidade. Qual seria o correto em termos de paridade? Não há problema em conceder o empréstimo, mas deveria ter sido feito após a eleição. É injusto e desigual’, afirmou Correia.


João Correia afirmou, durante a entrevista, que pretende convidar Leonardo Melo, filho de Flaviano Melo, para dar continuidade ao legado político do pai. ‘Eu vou fazer uma confidência pra você. Ele tem dois filhos: Marcelo, que está em Toronto e brilha como o pai brilhou no passado, no setor da construção civil, em uma das principais cidades do Canadá; e Leonardo, um branquelão com mais perfil para a política. Ele é inteiramente vocacionado para isso. Já está claro que Leonardo pode dar continuidade ao legado de Flaviano. Vamos conversar com ele, mostrar a importância desse papel, e espero que tenhamos sabedoria para convencê-lo a aceitar’, declarou.


Foto: Sérgio Vale

Correia também destacou que Flaviano Melo teve oito mandatos ao longo de sua trajetória pública, relembrando aspectos marcantes da vida pessoal do ex-governador. ‘Flaviano era um exímio apreciador de música popular brasileira, conhecia profundamente o gênero. Ele tinha uma relação especial com sanfoneiros, gostava de shows, mesmo com suas limitações. Além disso, o Flaviano era um grande leitor, apreciava muito a leitura. Ele era uma pessoa extremamente agradável de estar por perto, um sujeito fino’, concluiu.


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