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“Se os homens de bem não entrarem na política, os espertalhões vêm e ocupam o lugar”, diz Zé Lopes

O vereador eleito no pleito de 6 de outubro, Zé Lopes (Republicanos), que obteve 2.153 votos, foi o entrevistado do programa Bar do Vaz nesta terça-feira, 12. Ele abordou temas como as eleições para a Mesa Diretora da Câmara Municipal, compra de votos e suas propostas para o mandato. Além disso, garantiu uma postura independente na Casa Legislativa e fez críticas à atual gestão do parlamento.


Aos 42 anos e morando no Acre há 15 anos, o representante do agronegócio destacou que a política é um sonho de adolescência, e que após os 40 sentiu a necessidade de contribuir para a sociedade. “A política é um sonho de adolescente. Em 2022, com 40 anos e as coisas estabilizadas, vi que era o momento de dar essa contribuição. Como empresário, ajudo um número limitado de pessoas, cerca de 90 ou 100. A política é uma vocação, um propósito. Na campanha, perdi 5 kg”, explicou.


Ele afirmou que pretende expandir seu projeto “Eu Cidadão”, criado em 2022 para ajudar pessoas em bairros de Rio Branco a tirar dúvidas sobre benefícios sociais. “O projeto usa meu conhecimento como advogado para orientar quem precisa de auxílio com benefícios. Comecei nas redes sociais, e em 2023 fizemos ações presenciais, como na Baixa Verde. Levamos advogados para explicar sobre Bolsa Família, BPC, aposentadoria, direitos de crianças autistas e regularização de cooperativas”, comentou.


FOTO: SÉRGIO VALE

Lopes fez uma crítica à atual legislatura da Câmara Municipal, mencionando que o público reelegeu apenas sete vereadores. “Enquanto eu estava andando na pré-campanha e na campanha, eu fazia uma brincadeira: no início das reuniões, eu perguntava ‘Quem aqui sabe me dizer o nome de três vereadores?’ A maioria das pessoas não conseguia dizer o nome de nenhum. Foi uma legislatura muito apagada. Em tempos de redes sociais, sempre que o político está trabalhando, ele está postando, mostrando nas redes sociais dele”, ressaltou.


O parlamentar adiantou que o “bloquinho” dos cinco novos vereadores eleitos em 2024 deverá caminhar unido até a eleição da Mesa Diretora. Ele contou que já conversaram com a vereadora reeleita Elzinha Mendonça e com o recém-eleito Joabe Lira. “Esse é o momento chave do mandato de vereador que acabou de ser eleito, porque é quando você faz os acordos para definir a mesa diretora. Se você fizer um bom acordo, pode ter um mandato muito produtivo. Se fizer um mau acordo, vai passar quatro anos trancado no gabinete, sem poder andar nas ruas, e vai acontecer como com muitos vereadores agora, que o povo nem sabe o nome deles. Tivemos conversa com Joabe Lira e Elzinha Mendonça. Nós temos um bloco fechado e combinamos de mantê-lo até a eleição da presidência da Câmara. Fizemos várias conversas; já falamos com o Joabe, com o Bloquinho, eu e a Elzinha, e com o Samir, que hoje são os três candidatos colocados. Nossa intenção, com esse bloco de cinco unido, é realmente mostrar trabalho para a população, porque não adianta passar quatro anos só reclamando do prefeito. O que queremos é isso,” disse.


FOTO: SÉRGIO VALE

Uma de suas bandeiras será a produção rural no município. “Quero ver o Acre prosperar. A produção rural tem um enorme potencial, especialmente para os pequenos produtores, que precisam de apoio para licenças ambientais e financiamentos. Esse é um setor que acredito muito”, afirmou.


O vereador, que assumirá o mandato em 2025, afirmou que não apoiou a candidatura do prefeito reeleito Tião Bocalom, indicando que terá uma postura independente no parlamento. “Eu não apoiei, porque acho contraditório falar de independência e, ao mesmo tempo, estar no palanque de um dos candidatos à prefeitura. Eu não poderia falar de independência e chamar o Jarude, o Jenilson, o Marcos ou o Bocalom para o mesmo palanque, pois outras pessoas não entenderiam”, explicou.


Zé também elogiou o presidente do seu partido, o Republicanos, deputado federal Roberto Duarte. “O Roberto fez algo que eu nunca vi em nenhum outro partido aqui no Acre. Ele permitiu que os próprios candidatos escolhessem a coligação que quisessem apoiar. Mas, ao mesmo tempo, ele não obrigou os candidatos do partido a produzir material junto daquele candidato ou pedir votos para ele. Não perseguiu ninguém, deu o direito de escolha e, para aqueles que decidiram seguir um caminho diferente, não houve imposição ou obrigação. Preciso dizer que tudo que ele combinou comigo antes de eu entrar no partido, ele cumpriu, o que sabemos ser uma exceção. Muitos presidentes de partido prometem algo ao candidato para fechar a chapa, mas, depois que passa o prazo, as promessas não se concretizam, e o candidato fica numa situação difícil. O Roberto foi democrático e muito correto comigo e com todos os candidatos do partido”, comentou ao jornalista Roberto Vaz.


FOTO: SÉRGIO VALE

Zé ainda afirmou na entrevista que não houve compra de votos em sua campanha e destacou a aprovação da prestação de contas no pleito. “Minha prestação de contas foi aprovada certinho. A campanha fechou em 95 mil. Não gastou muito mais, não, gastei dentro, até abaixo do limite”, mencionou.


O empresário finalizou declarando-se um político de direita, mas condenou o “radicalismo”. “Acho que tudo que é radical é ruim, mas sou de direita, me sinto em casa, e as pautas são as que acredito”, revelou.


Assista a entrevista:

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