O dólar iniciou a sessão desta quarta-feira (9) em leve alta, mas ampliou os ganhos e fechou em alta firme, seguindo novamente o movimento contra outras moedas emergentes após a falta de novos estímulos da China. Ao final dos negócios a moeda americana subia 1%, a R$ 5,587, maior nível em quase um mês. No dia 12 de setembro, a moeda fechou a R$ 5,619.
Contra o peso mexicano, o dólar subia 0,81%, enquanto avançava 0,62% contra o rand sul-africano. Apenas a lira turca estava estável. Lá fora, o dólar subia 0,37% contra moedas pares.
Ontem a China decepcionou investidores ao deixar de anunciar novos estímulos para evitar uma maior desaceleração de sua economia. São aguardados especialmente estímulos fiscais. Como resultado, há um movimento de aversão a moedas emergentes, já que um crescimento supostamente menor do gigante asiático limita o avanço dos preços de commodities e não beneficia países emergentes exportadores desses itens, como o Brasil, aponta Alexandre Viotto, diretor de mesa de câmbio da EQI Investimentos. A China é o maior parceiro comercial do país.
A ata da ultima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que decidiu por cortar os juros em 0,50 ponto percentual, divulgada nesta quarta, veio ligeiramente mais inclinada a um corte menor dos juros ao descrever uma divisão dentro do comitê, analisa Andressa Durão, economista do ASA.
“A ata mostrou que vários participantes sugeriram que o corte fosse de 0,25 ponto percentual e a avaliação do mercado de trabalho por parte do Fed não foi algo que assustou – no sentido de uma fraqueza maior sugerindo uma recessão -, mas que mostra uma normalização”
Como os últimos dados do mercado de trabalho e de atividade vieram mais inclinados à uma queda menor dos juros, a expectativa agora é que o Fed agora deverá optar por cortar 0,25 ponto percentual na próxima reunião, e não seguir com o ritmo de reduções de 0,50 ponto percentual, conclui Durão.
O que influenciou a alta do dólar hoje foi principalmente o exterior, já que aqui o IPCA saiu mais baixo do que as expectativas, analisa Elson Gusmão, diretor de câmbio da corretora Ourominas. O índice acelerou ao subiu 0,44% em setembro, tendo em vista que em agosto ele registrou uma deflação (ainda que leve) de 0,02%.
Ontem (8), a moeda americana fechou o dia em alta de 0,86%, cotada a R$ 5,532.
Fonte: Valor Investe