Durante uma entrevista no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco (AC), os jornalistas Leônidas Badaró e Jocely Abreu, do ac24horas e Ecos da Noticias, conversaram na noite desta sexta-feira (6) com Francinei Santos, do Sebrae, e Edson Souza, superintendente do Banco da Amazônia (BASA), sobre a importância da bioeconomia e da sustentabilidade no Acre.
Francinei Santos explicou que o conceito de bioeconomia, embora recente, tem diversas interpretações, mas para o Sebrae é visto como um modelo que busca aproveitar os recursos da biodiversidade local de maneira sustentável. “A bioeconomia para o Sebrae, a nível de Amazônia e de Acre, traz um modelo de desenvolvimento econômico que aproveita todos os potenciais da nossa sociobiodiversidade, ou seja, pessoas, parte vegetal e parte animal. Temos que encontrar maneiras de agregar valor ao que a floresta oferece, respeitando quem vive nela e buscando soluções inovadoras e sustentáveis.”, afirmou.
Um exemplo prático citado foi o uso de óleos vegetais como o de copaíba, bastante comercializado por grandes empresas. “A Natura, por exemplo, é um grande comprador. Produtos derivados de óleos como o de açaí, gureti e copaíba, produzidos aqui no Acre, movimentam a economia de centenas de pessoas”, destacou Santos.
Santos também reforçou a importância da sustentabilidade como princípio fundamental. “Não adianta gerar renda se vai acabar com os recursos naturais em pouco tempo. Temos que garantir que a floresta permaneça em pé e as pessoas continuem a lucrar de forma justa e sustentável”, disse.
Edson Souza, do Banco da Amazônia, complementou a discussão, destacando o papel da instituição no apoio a projetos ligados à bioeconomia. “Quando investimos em bioeconomia, o Banco da Amazônia não busca apenas o retorno financeiro, mas também o retorno social. Temos a responsabilidade de preservar a Amazônia e, ao mesmo tempo, garantir que as comunidades possam viver de forma digna”, explicou Souza.
Ele mencionou ainda que o banco oferece linhas de crédito específicas para incentivar essas iniciativas, como o Pronaf, que oferece descontos de até 40% nas operações de crédito. “Estamos olhando para o impacto social e ambiental dessas operações. Se conseguirmos manter os povos originários em suas terras, gerando renda de forma sustentável, evitamos a degradação da floresta”, concluiu.